Delegados do PT votam na convenção estadual: única decisão foi a de não se coligar na eleição a deputado| Foto: Antonio More/Agência de NOtícias
Entenda as hipóteses trabalhadas pelo PT

O PT do Paraná, diante do impasse em torno da candidatura de Osmar Dias (PDT) ao governo, já trabalha com duas hipóteses alternativas para dar palanque no estado à candidata petista à Presi­dência, Dilma Rousseff. A primeira seria, diante de uma possível desistência de Os­­mar, apoiar o go­­vernador Orlando Pessuti (PMDB) na disputa pelo Pa­­lácio Iguaçu. A outra seria lançar candidato próprio, que concorreria inclusive con­­tra Pessuti. Ape­sar disso, essa alternativa po­­deria dar a Dilma, que é apoiada pelo PMDB nacional, um palanque duplo no Paraná.

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Uma possível aliança com o PMDB, no caso da desistência de Osmar, pode ficar inviabilizada após a única decisão que os petistas paranaenses tomaram ontem em sua convenção estadual: a rejeição de uma mesma coligação para as eleições majoritárias (a governador) e proporcionais (para deputados estaduais e federais) no caso de uma aliança com os peemedebistas. Ou seja, mesmo que venham a apoior Pessuti ou Osmar para o Palácio Iguaçu, os petistas vão concorrer nas eleições para deputado sem estarem coligados. Isso desagrada principalmente o PMDB, que vê numa coligação com o PT a possibilidade de eleger mais deputados (os petistas, porém, acham que vão eleger menos estando aliados aos peemedebistas).

Caso decida lançar candidato próprio, o nome mais cotado no PT é o do ex-prefeito de Londrina Nedson Micheleti.

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Contatos com Lula

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem, que nas 24 horas anteriores à convenção manteve contato telefônico com o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra; com a candidata do PT, Dilma Rousseff; com o coordenador da campanha Antonio Palocci; e com o presidente Lula para discutir os rumos da formação da aliança no Paraná. De acordo com o ministro, a meta é formar no estado um palanque forte que permita diminuir a distância entre Dilma e Serra apontada pelas pesquisas na Região Sul. Ao tratar da indicação de Alvaro Dias para vice de José Serra, o mi­­nistro foi irônico: "Gostamos do Al­­­va­­ro como vice do Serra. Escolheram um bom candidato para nós".

Na avaliação do presidente estadual do PT, Ênio Verri, a indicação do tucano seria um "sinal" de que o PSDB já considera a disputa nacional perdida, e estaria centrando esforços para garantir a vitória nas disputas estaduais de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.