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Eleições 2010

PT lança candidatura de Dilma em outubro

Brasília - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que o PT deve formalizar sua candidatura à Presidência da República e definir possíveis alianças para as eleições de 2010 até o mês que vem. A declaração veio apenas um dia após a cobrança feita pelo presidente nacional do PMDB, o deputado federal Michel Temer (SP), presidente da Câmara, de que o PT tem de definir até outubro se quer fazer uma aliança com os peemedebistas. Temer é cotado para ser o vice na chapa de Dilma.

"Entendo o anseio do presidente (da Câmara). Acho que há de haver um esforço para se aprovar isso (a aliança com o PMDB)", afirmou Dilma, se referindo à formalização de sua candidatura. Após reunião do Conselho de Administração da Petrobras, em Brasília, ela disse que cada partido tem seu ritmo, mas que não pode descartar a chance de o PT formalizar a sua candidatura em um mês.

Agenda cheia

A aliados, Dilma tem assegurado que aumentará sua agenda de viagens e participação em eventos públicos. Ela deixa claro, no entanto, que as críticas pela demora em se comportar como candidata devem ser repassadas ao PT, pois ela tem impedimentos legais de assumir a candidatura.

O desconforto com a situação de Dilma aumentou nos últimos dias com as movimentações dos também pré-candidatos da base aliada, Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV). Auxiliares do presidente Lula disseram à ministra que não dá mais para ela se limitar ao papel de "gerente" do governo. Segundo assessores, o presidente avalia que, mesmo com as limitações impostas pela legislação eleitoral, Dilma precisa "arregaçar as mangas" e deixar claro que está na briga pelo Planalto.

O recado para iniciar a campanha teria sido dado pelo próprio Lula em discurso durante a viagem que ele e a ministra fizeram a Porto Alegre (RS), na última sexta-feira. O presidente voltou a dizer que Dilma é a candidata do PT. Auxiliares de Lula interpretaram a declaração como um aviso de que a ministra não tem tempo a perder.

A partir de agora, disse um ministro, a tendência é que Dilma aumente o espaço na sua agenda para eventos públicos. No governo, Lula e seus assessores diretos observam que outros pré-candidatos – como o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a senadora Marina Silva (PV) e o deputado federal Ciro Gomes (PSB) – estão em "campanha" faz tempo e só a "imprensa" não quer ver.

Líderes do PT foram orientados pelo governo a acelerar o debate da sucessão. "Ela é a can­­­didata do coração da militância", disse o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP).

Associação social

Em meio às dificuldades enfrentadas pelo governo para agilizar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento, a estratégia do presidente e dos assessores é distanciar Dilma do apelido de "mãe do PAC" e de associá-la à política social do governo, uma área com números positivos sobre os quais ela nunca opinou. Embora seja vista como centralizadora na Casa Civil, a ministra sempre se manteve distante do Programa Bolsa Família, uma das principais políticas sociais do governo Lula.

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