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Gleisi Hoffmann (PT-PR), senadora ; Alvaro Dias (PSDB-PR), senador | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo ; Geraldo Magela/ Ag. Senado
Gleisi Hoffmann (PT-PR), senadora ; Alvaro Dias (PSDB-PR), senador| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo ; Geraldo Magela/ Ag. Senado

Impasse sobre comissão se arrasta desde o dia 1.º de abril

Ironicamente no dia 1.º de abril, dois pedidos diferentes de criação de CPI foram protocolados no Senado, ambos para investigar a Petrobras. Um, de autoria da oposição, pedia a investigação de irregularidades na estatal e destacava quatro denúncias específicas: a compra em 2006 da refinaria de Pasadena (EUA), o lançamento ao mar de plataformas inacabadas, o pagamento de propina envolvendo a holandesa SBM Offshore e o superfaturamento na construção de refinarias. O outro, de autoria de governistas, incluía, além dos citados acima, suspeitas de irregularidades no Porto de Suape, em Pernambuco, e no metrô de São Paulo.

Quando protocolada, uma CPI tem de ser obrigatoriamente instalada, após indicação dos membros. Entretanto, nesse caso, não era possível instalar duas CPIs sobre o mesmo tema. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), preferiu encaminhar o processo à Comissão de Constituição e Justiça da Casa que, em 9 de abril, determinou que a CPI do governo seria instalada.

A oposição recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que uma CPI requer um assunto específico – o que impediria a inclusão de temas sem relação direta com a Petrobras. A ministra Rosa Weber concedeu liminar favorável à oposição.

Outros pedidos

No dia 15, outros dois pedidos de CPI, desta vez mistas – que envolvem deputados e senadores –, foram lidos na sessão do Congresso. Os temas são os mesmos.

Deputados federais chegaram a coletar assinaturas para outros pedidos, inclusive de CPI exclusiva da Câmara, mas estes não foram protocolados.

Chico Marés

A bancada do PT no Senado anunciou ontem que não vai recorrer da decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber em favor da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) exclusiva da Petrobras. O parecer da ministra acatou um pedido da oposição e desagradou à base governista, que queria incluir outros temas à CPI e que atingiriam governos do PSB e PSDB nos estados.

Entenda o por quê a CPI é chamada de comissão da discórdia

Com isso, o entendimento dos governistas foi de que, com a decisão de Rosa, o jeito agora é se preparar para a CPI e indicar integrantes do "primeiro escalão", que não deverão disputar as próximas eleições de outubro, para comporem o colegiado. Na estratégia traçada pelo Palácio do Planalto será o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que irá recorrer da decisão do STF. O recurso tem o apoio do PT e de partidos governistas, que querem ganhar tempo para protelar as apurações.

Outra CPI

Paralelamente, senadores petistas começaram a colher assinaturas para instalar outra CPI para investigar o cartel do Metrô de São Paulo, estado comandado pelo PSDB do presidenciável Aécio Neves, uma vez que a decisão da ministra impede que o tema seja incluído na CPI da Petrobras.

"Se a oposição pensa que vamos deixar de lado outras suspeitas, está enganada", disse o senador Humberto Costa (PE), líder do PT.

A CPI só será instalada no Senado depois que os líderes partidários indicarem seus membros. Não há prazo previsto no regimento da Casa, mas os senadores trabalham informalmente com o período de 30 dias após Renan pedir os nomes oficialmente.

Assim que a Mesa do Senado mandar instalar a CPI da Petrobras e começar a correr o prazo para indicação dos nomes que comporão a investigação, o PMDB deve indicar o senador João Alberto (PMDB-MA) para presidir os trabalhos da comissão. Alberto é antigo aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do antecessor, José Sarney (PMDB-AP).

Como maior partido do Congresso, o PMDB tem essa prerrogativa. A segunda maior bancada, no caso o PT, ficará com a relatoria, ainda sem dono. As indicações estão sendo discutidas com a equipe do governo no Palácio do Planalto.

Obedecendo à proporcionalidade, o governo terá, em princípio, dez cadeiras para preencher com parlamentares afinados com o interesse do Planalto de amenizar os danos na CPI. Outro nome tido como certo nos corredores do Senado é do peemedebista Romero Jucá (RR), que também chegou a ser cotado para presidir os trabalhos, mas acabou contemplado com a relatoria do Orçamento da União de 2015, o que já deve lhe tomar tempo ao longo deste ano.

Auditoria - Estatal nega saque irregular de US$ 10 milhões

Agência Estado

A Petrobras negou ontem irregularidades no saque de US$ 10 milhões, sem autorização por escrito, pela refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), quando ainda era administrada meio a meio pela Petrobras e pela comercializadora belga Astra Oil. O saque foi identificado por auditoria interna. Segundo nota divulgada pela estatal, o saque foi autorizado verbalmente, "por ser uma atividade usual de trading (depósitos e saques em corretoras), o que é considerado normal".

O saque de US$ 10 milhões foi revelado ontem pelo jornal O Globo. A autorização verbal "não encontra amparo em norma interna nem nas boas práticas de controle interno", conforme relatório citado pelo jornal. A Petrobras, entretanto, afirma na nota que acatou a recomendação da auditoria interna, "no sentido de formalizar e arquivar a documentação de suporte relativa aos saques efetuados em contas mantidas em corretoras".

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