Enquanto os atuais presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), trabalham para garantir a reeleição, os que defendem a candidatura do petista Arlindo Chinaglia (SP) acusam o golpe, mas negam qualquer recuo neste momento. Para os petistas, os apoiadores de Aldo jogam pesado, alardeando apoios que não têm.
- A maneira como tentam atingir a candidatura Arlindo é ruim para as pretensões dos que querem se colocar sozinhos. Nós oferecemos a candidatura à base aliada, alguns querem impor um nome e utilizam do expediente de tiroteio. O preço poderá ser caro, deixar seqüelas. Se desgastam a relação, fica ruim para recompor - afirmou o vice-líder do PT, Fernando Ferro (PE).
Os petistas iriam se reunir na noite desta terça-feira para traçar uma estratégia de ação. Há os que defendem uma reação, apresentando aos deputados os apoios conquistados até o momento. Outros entendem que a melhor opção poderá ser o recolhimento de Arlindo, que sofre as conseqüências de ser a única candidatura formalizada e alvo do tiroteio dos aliados. Os que defendem Chinaglia terão ainda que acalmar colegas de bancada que, com a derrota de Paulo Delgado para a vaga do Tribunal de Contas da União (TCU), temem nova derrota na disputa presidencial da Casa.
Com a expectativa do anúncio do aumento dos parlamentares, o ato de apoio à candidatura Aldo foi adiado para a próxima semana. A idéia é usar este tempo para reunir apoios em torno da candidatura Aldo e conversar com líderes.
- Defendo a tese do equilíbrio, importante para um governo de coalizão: o PMDB terá a presidência do Senado, o PT tem a presidência da República. O ambiente é favorável ao Aldo porque ele despolariza o processo de disputa e pode atrair a oposição - disse Renato Casagrande (PSB-ES).
Aldo continua negando oficialmente sua candidatura:
- Não creio em movimento pró-A, B ou C, mas na busca de um candidato que represente os interesses e expectativas da Casa. Não fui convidado para nenhum café-da-manhã, almoço ou jantar (sobre o ato de apoio à sua candidatura).
Enquanto a base se digladia, a oposição assiste de camarote. Os líderes optaram por adotar a cautela e isenção, diante da disputa entre os grupos de Aldo e Chinaglia. No bastidores, tucanos e pefelistas dizem que é preciso ter cuidado para não fazer o jogo do PMDB. A bancada é decisiva para a vitória de qualquer um dos candidatos e poderá elevar o preço do apoio - a ser cobrado do Palácio do Planalto na partilha dos cargos - assim que o governo decidir qual dos dois candidatos terá seu apoio.
O líder do PSDB, deputado Jutahy Magalhães (BA), avisa que o partido defende o critério da proporcionalidade para a eleição do presidente da Câmara, segundo o qual o PMDB, dono da maior bancada, teria o direito de indicar o nome para o posto.
Câmara aprova regulamentação de reforma tributária e rejeita parte das mudanças do Senado
Mesmo pagando emendas, governo deve aprovar só parte do pacote fiscal – e desidratado
Como o governo Lula conta com ajuda de Arthur Lira na reta final do ano
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Deixe sua opinião