PT perde quase metade dos políticos eleitos no Paraná em 2012

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Em pouco mais de três anos, o Partido dos Trabalhadores perdeu quase metade dos ocupantes de cargos eletivos municipais no Paraná. De 40 prefeitos eleitos pelo partido em 2012, 19 se filiaram a outras legendas. Mandatários de colégios eleitorais importantes no estado, como Apucarana, Irati e Campo Largo, deixaram o PT.

Entre os vereadores, a proporção também é alta. De 347 eleitos, 156 deixaram o partido – o equivalente a 45% da bancada. A debandada pode prejudicar o resultado eleitoral do partido neste ano. Com menos candidatos à reeleição, especialmente nas câmaras municipais, as chances de um desempenho ruim nas urnas em outubro aumentam ainda mais.

Desde 2014, a imagem do PT sofre um gradual processo de desgaste. O envolvimento de figuras do alto escalão da legenda com corrupção na Operação Lava Jato, a grave crise política e econômica do país sob o governo Dilma Rousseff e as diversas manifestações de rua contra o governo federal corroeram a popularidade do partido.

Levantamento de dezembro de 2015, do Instituto Paraná Pesquisas, mostrou que 63% dos paranaenses consideram o PT o mais corrupto entre os partidos do país.

Isso, além de divergências internas, contribuiu para que políticos eleitos pelo partido trocassem de legenda, uma vez que a vinculação do PT pode prejudicar as chances de reeleição. A reportagem procurou o presidente do PT no Paraná, o deputado federal Ênio Verri, para comentar sobre a situação, mas ele não foi encontrado.

Dos 40 municípios onde o PT elegeu prefeito, cinco tem mais de 50 mil habitantes. No maior deles, Apucarana, o prefeito Beto Preto deixou o partido para se filiar ao PSD – mesmo caminho tomado pelo prefeito de Campo Largo, Affonso Portugal Guimarães. Já Odilon Burgath, de Irati, se filiou ao PDT.

Por outro lado, Luizão Goulart, de Pinhais, segue filiado ao partido. Em 2012, ele foi reeleito com 93% dos votos – e se cacifou como possível candidato a voos maiores dentro do partido. Pedro Ivo Ilik, de União da Vitória, também segue no PT.

Na capital, a vice-prefeita Mirian Gonçalves continua no PT, que rompeu com o prefeito Gustavo Fruet (PDT) em 2015. Entretanto, dos três vereadores eleitos, apenas a Professora Josete ainda é filiada. Jonny Stica e Pedro Paulo se filiaram ao partido de Fruet após o rompimento.

Ao contrário de outros estados, além de vereadores e prefeitos, o PT paranaense perdeu também metade de sua bancada de deputados federais. Assis do Couto se filiou ao PDT e Toninho Wandscheer se filiou ao PROS. A bancada de deputados estaduais continua a mesma.