O PT tem um plano para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ): afastá-lo do cargo antes mesmo de o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ir à votação em plenário.
Em dezembro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o afaste da função por “usar o cargo em interesse próprio e ilícito”. Além disso, desde março, o peemedebista é réu na Lava Jato por supostamente ter recebido US$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção na Petrobras.
Com o principal inimigo longe do cargo, o PT aposta na negociação dos espaços deixados pelo PMDB no governo para angariar votos suficientes para manter Dilma Rousseff na Presidência da República.
“O cenário em Brasília muda a cada momento. E hoje ele é muito diferente da semana passada. A construção do novo governo vai muito bem. Estou otimista com as conversas com PP, PR, PSD. Até o dia 15 de abril, esse cenário vai mudar radicalmente e viraremos essa página”, afirma Enio Verri, deputado federal e presidente do PT do Paraná.
Para ele, ainda que o governo fique distante da casa dos 50% dos votos da Câmara no processo do impeachment, a maioria poderá ser reconquistada após a vitória de Dilma. “Hoje estou convencido de que ela vai ficar e, então, vai se construir naturalmente uma nova maioria, uma vez que o governo vai até 2018. O modelo do presidencialismo de coalizão pode até estar falido, mas se dará naturalmente no cenário atual.”