São Paulo (Folhapress) – O PT prepara para esta sexta-feira um ato em favor do deputado José Dirceu (PT-SP), alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. O presidente nacional da legenda, Ricardo Berzoini, confirmou sua participação.

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Segundo o site do PT, os organizadores do ato afirmam que o processo de cassação de Dirceu viola a Constituição Federal, já que pretende cassar, sem provas e atropelando princípios legais elementares, um direito conquistado pela vontade democrática de mais de meio milhão de eleitores.

"Estão convidados todos os cidadãos que compreendem a gravidade do processo autoritário em marcha, que só encontra paralelo na caça às bruxas promovida pela Ditadura Militar – da qual o próprio Dirceu foi uma das muitas vítimas", diz o texto distribuído pelo Comitê em Defesa do Mandato de José Dirceu e da Constituição.

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Entre os apoiadores estão os signatários do manifesto dos artistas e intelectuais, Oscar Niemeyer, Dalmo Dallari, Ziraldo, Consuelo de Castro, Fernando Morais, José de Abreu, Paulo Mendes da Rocha, Cosette Alves, Eleonora Mendes Caldeira, Augusto Boal, Paulo Betti e Antônio Abujamra.

Também confirmaram presença no ato o presidente estadual do PT-SP, Paulo Frateschi, e o presidente do Diretório Municipal de São Paulo, Paulo Fiorilo. O ato será na Câmara Municipal de São Paulo, a partir das 19 horas.

Esquema

José Dirceu é acusado de ser o mentor do suposto esquema de pagamento de mesadas a deputados da base aliada em troca de apoio político, operado pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Na época do mensalão Dirceu estava licenciado do cargo de deputado e ocupava o Ministério da Casa Civil. No dia 4 de outubro, o Conselho de Ética aprovou o parecer do relator Júlio Delgado (PSB-MG), que pede a cassação de Dirceu. Após sucessivas protelações, o processo deverá ser julgado no plenário da Câmara no dia 23 de novembro.

Dirceu tem reafirmado que as decisões tomadas contra ele são políticas e que os membros do Conselho não terão coragem de votar pela sua absolvição, ainda que não existam provas contra ele. No entanto, ele acredita que o resultado da votação poderá ser diferente no plenário da Câmara. Ao contrário do que ocorre no Conselho de Ética, a votação em plenário é secreta.

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