Os petistas evitaram mencionar explicitamente o escândalo do mensalão durante o 13º Encontro Nacional do PT, mas foi aprovada uma proposta ética, na qual os partidários se comprometem a analisar, investigar e aplicar possíveis punições aos responsáveis pela crise política do partido. De acordo com a resolução, qualquer apuração sobre os supostos petistas envolvidos nos escândalos só será feita após as eleições, em uma tentativa para que a oposição não use as possíveis punições contra o próprio PT durante o processo eleitoral.
- Não vamos iniciar investigação alguma que vá ser usada pela oposição para nos desgastar. Não haverá caça às bruxas. Vamos apurar o que tiver que apurar, para nunca mais repetirmos os erros que cometemos agora, mas isso só vai acontecer depois das eleições - explicou o presidente nacional do partido, Ricardo Berzoini, para quem o mensalão nunca existiu.
- Essa coisa de mensalão é ficção. O que houve foi financiamento de campanhas e dívidas de campanhas. Não se comprovou nada que houve compra de votos e quem recebeu.
Coordenador
Berzoini, que foi escolhido para coordenador-geral da campanha presidencial neste sábado, destacou ainda que ainda não foram definidos os demais nomes que irão compor a coordenação política para as eleições. Ele enfatizou que o importante é que as finanças do PT estejam claramente separadas das finanças da campanha.
- O tesoureiro de campanha pode não ser necessariamente do partido, mas também não há nenhum preconceito que seja do partido. O que nós queremos é que seja uma pessoa que possa cumprir as funções com total agilidade e desenvoltura, que tenha credibilidade dentro e fora do PT e possa executar essas tarefas com total transparência - afirmou.
Desde a noite de sexta-feira, 1.200 delegados partidários estavam reunidos em São Paulo. No sábado, o PT aprovou a política de alianças que o partido fará para as eleições de outubro. De acordo com a resolução, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o arco de alianças incluirá os partidos de esquerda (PSB e PC do B) e também os partidos da base aliada do governo (PP, PTB, PL, PV e outros).
Caberá agora ao Diretório Nacional decidir quais os partidos que estarão nesse arco de alianças. O PT só não poderá se aliar com o PFL e PSDB. O partido ainda tentará incluir o PMDB nessa aliança. A decisão é polêmica, já que abre espaço para uma possível aliança também com o PTB, partido do ex-deputado Roberto Jefferson, que denunciou o esquema do mensalão, e que pediu a abertura de CPIs para investigar o governo.
- Sabemos que a aliança é sempre um processo delicado, que deve ser tratado com muito carinho, e não se resolve no curto prazo. Vamos discutir com todos os partidos e analisar durante o mês de maio qual o quadro possível de aliança - explicou Berzoini.
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