A coordenação da campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, pretende intensificar a participação do presidente Lula na campanha, após a Copa do Mundo. Além de acompanhar a petista, o presidente deve apostar numa "agenda paralela", quando estiver fora do expediente. A ideia é duplicar os palanques, obrigando o adversário tucano, José Serra, a concorrer, na prática, contra Lula e Dilma.

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A "agenda paralela" de campanha de Lula atende a duas demandas, além de duplicar os esforços em prol de Dilma. Já que o presidente só deverá participar no seu período de descanso, havia a preocupação de que sua presença na campanha ficasse "engessada". A estratégia permitirá que Lula e Dilma priorizem diferentes regiões e segmentos do eleitorado.

Nas próximas semanas, Dilma manterá agendas semelhantes a da pré-campanha, com visitas a estados, entrevistas a rádios locais de grande audiência e seletividade nos convites da imprensa. A prioridade será ir a debates promovidos por TVs abertas.

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Candidata terá encontro com empresários em São Paulo

Nesta sexta-feira, após assistir em Brasília ao jogo do Brasil contra Portugal na Copa do Mundo, Dilma embarca para São Paulo, para um encontro de amigos na casa de Abílio e Geyse Marchezi Diniz, do Grupo Pão de Açúcar. O compromisso, fechado à imprensa, dará oportunidade para Dilma conversar com um grupo influente de empresários.

O comando de campanha do PT pretende intensificar a estratégia adotada até o momento: colar ao máximo a imagem dela a de Lula.

- Já que estamos em clima de Copa do Mundo, digo que não se mexe em time que está ganhando. Esse discurso da continuidade com avanço será intensificado nos comícios, carros de som e na campanha de uma forma geral - disse nesta quinta-feira o presidente do PT, José Eduardo Dutra. - A linha da nossa campanha é a de associar Dilma ao projeto de um governo bem avaliado, e mostrar que ela teve um papel decisivo nesta administração. Por isso, Dilma é a melhor representante desse governo para manter o projeto.

"Serrinha paz e amor não deu certo", diz petista

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Quando Dilma deixou a chefia da Casa Civil e ficou longe do presidente, enfrentou seu pior momento na pré-campanha, chegando a cair em pesquisas. Foi quando o presidente decidiu interferir, e o comando da campanha reforçou a estratégia de colar Dilma a Lula, correndo o risco de sofrer multas da Justiça Eleitoral. Lula já foi multado cinco vezes e Dilma, duas.

Essa estratégia foi retomada com força desde as comemorações do 1 de Maio. Para o comando petista, a decisão fora acertada.

- No início, teve um período de adaptação, de romper a inércia. Mas a campanha não teve inflexão. Agora que decolou, a ordem é manter o rumo. O principal problema deles (tucanos) é que estão sem foco, sem rumo. O discurso do "Serrinha paz e amor" não deu certo. O discurso do pós-Lula não deu certo. Depois, decidiram bater. E também não deu certo. Estão na tentativa de encontrar um discurso, mas erram - diz Dutra.

Outra estratégia é comparar os governos Lula e Fernando Henrique. Já em relação aos ataques da campanha tucana, a ordem é blindar Dilma, ancorada na popularidade recorde do presidente Lula.

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