Brasília (Folhapress) O PT mudou o discurso ontem e diz agora não estar mais disposto a aceitar a convocação do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, para prestar depoimento na CPI dos Bingos. A intenção é tentar transformar hoje a possível convocação em convite, proposta que causou reação na oposição.
Depois de aparentemente jogar a toalha na semana passada, quando percebeu que seria praticamente impossível evitar o comparecimento do ministro na CPI, o PT avalia agora que o convite geraria menos desgaste político a Palocci.
A intenção do partido foi expressa pelo senador Tião Viana (PT-AC), que tem servido como ponte entre Palocci e a comissão nos últimos dias.
O presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PI), já avisou que não aceita essa hipótese e colocará o requerimento do senador Geraldo Mesquita (sem partido-AC) em votação hoje. E o risco de o PT perder é grande. No máximo, segundo avalia a oposição, o partido conseguirá um empate de sete a sete. Mas o presidente tem o voto de minerva e Efraim já avisou que votará pela convocação.
Tião Viana disse que estava "tentando construir um entendimento" com a oposição para que Palocci só comparecesse à CPI se houvesse "fatos novos". Ele avaliou que o ministro já esclareceu as denúncias que pesam contra ele quando participou de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Na ocasião, Palocci negou que tenha promovido caixa 2 quando era prefeito de Ribeirão Preto e classificou como "fantasiosa" a denúncia de que ex-auxiliares teriam utilizado o avião de um amigo para trazer dólares de Cuba disfarçados em caixas de bebidas. "Acho que não há necessidade de convocação porque o próprio ministro já se prontificou a comparecer espontaneamente à CPI", avaliou Viana.
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