Um ano antes da primeira campanha do partido que não terá Luiz Inácio Lula da Silva como candidato a presidente, o comando do PT já se prepara para a batalha, na tentativa de apertar o cerco contra desvios éticos e impedir a reedição de escândalos. Para evitar tiros no pé como os da campanha paulistana de 2008, quando propaganda da então candidata Marta Suplicy perguntava se o prefeito Gilberto Kassab (DEM) era casado e tinha filhos, a proposta de Código de Ética em debate no PT proíbe agora que a vida privada dos candidatos seja explorada nas eleições.
Com 74 artigos, a versão preliminar do código - distribuída ontem na reunião da Executiva Nacional do PT - passaria pelo crivo do Diretório petista em fevereiro, mas a votação do texto foi adiada para abril, por causa de divergências. O anteprojeto veda a "exploração de aspectos da vida íntima de adversários em disputas políticas ou eleitorais, internas ou externas, de qualquer natureza". Se a proposta for aprovada, a desobediência a esse dispositivo será considerada grave, ficando o infrator sujeito até a expulsão do partido.
Todo esforço é no sentido de construir uma agenda positiva para impulsionar a pré-candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão de Lula. O código proíbe até que correntes petistas usem a imprensa com o objetivo de atingir outros filiados. Na prática, a ideia é impor a lei do silêncio para abafar a disputa interna.
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