A bancada do PT na Câmara dos Deputados se reuniu com o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, e com o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha nesta quarta-feira (10), e cobrou que um possível acordo sobre divisão de comando no Legislativo com o PMDB inclua também o Senado. Em reunião no início do mês, o presidente do PMDB, Michel Temer, deu como certo um acordo de rodízio apenas para a Câmara.

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O secretário de comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), afirmou que a posição majoritária no partido é de envolver as duas Casas no acordo. "A maioria acha que o ideal é envolver o Senado. Nós somos a maior bancada aqui na Câmara e a primeira lá. Se for para revezar, acho que o natural é que seja nas duas Casas".

O presidente do PT afirmou que quando se encontrou com Temer já colocou na mesa a negociação também para a presidência do Senado. "Quando da conversa com o Temer, quando ele fez a proposta de dividir entre os dois partidos, eu propus também que em se fazendo qualquer proposta de acordo se incluísse também o Senado, é um processo que está em construção ainda", afirmou o presidente do PT.

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Dutra disse que a intenção principal é fazer com que a base aliada se uma nas duas Casas e lance apenas um candidato para cada cargo. O presidente do PT disse ainda que o ideal é envolver a oposição nestas negociações e fazer uma negociação de acordo com a proporcionalidade de cada partido.

O líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), afirmou que dois petistas já colocaram seus nomes para disputar o cargo de presidente da Câmara: Cândido Vaccarezza (SP) e Marco Maia (RS).

O presidente do PT enfatizou que a negociação para o comando do Legislativo não envolve a montagem do governo de Dilma Rousseff. "São duas discussões absolutamente separadas, parlamento é parlamento e governo é governo, não há essa possibilidade de misturar".

Dutra está reunindo as demandas dos partidos da base sobre a composição do próximo governo. Ele destacou, porém, que cabe a Dilma a definição do ministério e que não faz qualquer encaminhamento sobre manter os espaços atuais do partido.

"Fui mandado para ouvir todos os partidos da base da coligação mais o PP a respeito de sugestões, demandas, propostas, enfim, tudo que o partido entende como relevante para, sem fazer juízo de valor, levar para a presidente Dilma. Não há definição a priori se vai manter os mesmos espaços para os mesmo partidos. Não há definição por parte de quem tem o poder de definir isso, que é a presidente", disse Dutra.

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Conversa com o PTB

O presidente do PT afirmou que já conversou com a direção de todos os partidos da coligação que elegeu Dilma e com o PP, que apoiou informalmente. Em relação ao PTB, que esteve na coligação de José Serra (PSDB) e apóia o governo Lula no Congresso, Dutra afirmou que a conversa será de forma diferente. Serão ouvidos os líderes do partido no Senado, Gim Argello (DF), e na Câmara, Jovair Arantes (GO).

Dutra destacou ainda que é preciso confirmar se o PTB pretende apoiar também o governo de Dilma. Segundo ele, haverá espaço para todos os aliados no governo, mas não necessariamente em ministérios. "Cabe todo mundo no governo, mas se cabe no ministério vai ser visto em outro momento".

O presidente do PT confirmou ainda que há uma intenção da presidente eleita de aumentar o número de mulheres no ministério. Ele negou, no entanto, que haja uma cota ou um percentual para isso. "A meta dela é ampliar significativamente a presença feminina, mas se vai ser um terço, mais que isso ou menos que isso, será a realidade que vai definir".

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