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O PT decidiu nesta segunda-feira (29) suprimir críticas a partidos aliados e à política econômica do governo Dilma Rousseff que faziam parte de documento discutido pelo diretório nacional da sigla há dez dias.

A primeira versão do texto, que havia sido revelada pela Folha de S.Paulo, cobrava rompimento de alianças com partidos considerados "conservadores", mas ainda dependia de aprovação do comando executivo petista.

A resolução foi discutida hoje em São Paulo, durante uma reunião extraordinária do diretório nacional convocada inicialmente para tratar das eleições internas do PT, marcadas para novembro.

Apesar de a versão final do documento não ter sido divulgada até o início da noite, as críticas à política de alianças foram suprimidas. Petistas têm reclamado da atuação de seus parceiros no governo, incluindo o PMDB.

"Havia uma proposta de rever alianças, mas não dizia em que direção, com quem [o PT poderia fazer acordos], então essa emenda foi rejeitada", disse o presidente do partido, Rui Falcão.

O dirigente usou justificativa semelhante para a supressão dos trechos que defendiam ajustes na política econômica do governo. "É muito genérico você falar que precisa fazer inflexões na política econômica. Inflexões em que direção? Então nada disso foi mantido", afirmou.

O ex-ministro José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, participou da reunião. O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), também sentenciado na ação penal, deixou o encontro logo no início.

Contra o PMDB

O veto às alianças do PT com legendas "conservadoras" visava atingir principalmente o PMDB e era defendido por dirigentes da alas mais radicais do partido, como Markus Sokol, da corrente interna O Trabalho, e Valter Pomar, da Articulação de Esquerda. Ambos são candidatos à presidência do PT.

Ao falar com jornalistas após a reunião, Sokol defendeu o rompimento com o PMDB e atacou o vice-presidente da República, Michel Temer, que é do partido.

"O Temer é um sabotador. Quando a Dilma apresentou a proposta do plebiscito [para a realização da reforma política], ele foi o primeiro a sacar a faca e ir contra."

Segundo Sokol, ficou acertado que a política de alianças do PT entrará em pauta em uma futura reunião do diretório nacional, ainda sem data marcada.

O documento aprovado hoje incluiu trechos da carta que a presidente Dilma enviou à direção petista no último dia 20, na qual defendeu o plebiscito para a reforma política. O PT culpa seus aliados no Congresso pelo fracasso da proposta do governo.

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