“Fazemos oposição política ao Cunha mas não vamos entrar nessa de ‘fora’ porque senão é fora muita gente. Não queremos causas instabilidade política no País”, disse a presidente da UNE.| Foto: /

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse no início da noite desta terça-feira, 13, que o partido vai aguardar a decisão do Conselho de Ética da Câmara antes de se posicionar oficialmente sobre as denúncias contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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“Ele (Cunha) foi representado hoje no Conselho de Ética. O partido vai aguardar. O Conselho de Ética é que vai decidir”, disse Falcão antes de participar da abertura do 12º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao lado da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica.

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Segundo ele, as liminares concedidas nesta terça pelo Supremo Tribunal Federal suspendendo a tramitação dos pedidos de impeachment no Congresso reforçam a legalidade, mas não representam um alívio para o governo. “O STF decidiu que tem que ser cumprida a lei e a constituição e não mistura com o regimento interno. Não é alivio porque ninguém estava tenso. É cumprimento da lei, só isso. Não mudou nada. Mudou no sentido de que qualquer tentativa de impeachment tem que seguir o ritual da lei. Foi uma decisão sábia do Supremo”, disse Falcão.

A cautela em relação a Cunha marcou as falas das lideranças antes do início do evento. A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, também evitou o confronto com o peemedebista. “Fazemos oposição política ao Cunha mas não vamos entrar nessa de ‘fora’ porque senão é fora muita gente. Não queremos causas instabilidade política no País”, disse ela.

Já entre os sindicalistas que participaram do evento o tom era outro. Antes mesmo da abertura muitos deles já gritavam “fora Cunha” e “fora Levy”, em referência ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Antes da abertura do evento, Lula participou de uma reunião fechada com convidados estrangeiros. Segundo relatos, o ex-presidente situou a crise econômica e política brasileira no contexto da crise mundial. Na reunião, Lula ouviu da sindicalista australiana Sharan Burrow, secretária geral da International Trade Union Confederation (ITUC) que o movimento sindical tem obrigação de defender o governo contra a ameaça de impeachment. “O movimento sindical deve defender a democracia e a legalidade, mesmo que o governo fosse de um adversário”, disse ela.