Preocupado com o tamanho das manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no último dia 15 e com a alta rejeição ao governo apontada pelas pesquisas, o PT tenta reagir com a mobilização de sua militância e a realização de atos públicos. Em paralelo, o partido cobra do Palácio do Planalto uma agenda positiva e tenta flexibilizar o ajuste fiscal.
31 de março
é a data de aniversário de 51 anos do golpe que instalou a ditadura militar no Brasil, em 1964. O PT pretende aproveitar o fato de que vários manifestantes defenderam a volta dos militares para tocar no assunto e defender o regime democrático.
Aproveitando o aniversário do golpe militar, na próxima terça-feira, o PT está convocando o “Dia Nacional de Mobilização” em todo o país. Os petistas pretendem usar como mote o fato de participantes das manifestações do dia 15 terem defendido a volta da ditadura. Em São Paulo, o ato será na quadra do Sindicato dos Bancários e terá a participação do ex-presidente Lula. O lema será “Democracia sempre mais, ditadura nunca mais”.
“Qualquer mobilização que pede hoje a volta do regime militar é de uma inconsequência tamanha. A ideia é que em todos os lugares se faça uma reflexão profunda do que foi a ditadura no Brasil”, disse o secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza.
Nesta segunda-feira, Lula se reunirá com os presidentes estaduais do PT e a Executiva Nacional do partido, em São Paulo. A intenção é mobilizar a militância, assim como foi feito no segundo turno da campanha de Dilma à reeleição.
“O PT precisa se defender dessa tentativa de desmoralização e de cassar o partido. O partido precisa se mexer, se mobilizar, ir para a rua também”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
No dia 7 de abril a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que é ligada ao PT, fará nova mobilização, nos moldes da realizada no último dia 13. Desta vez, a pauta principal é a oposição a um projeto em tramitação no Congresso que regulamenta a terceirização, mas de novo haverá defesa da democracia, da Petrobras e da reforma política.
A CUT se equilibra entre as críticas ao ajuste fiscal proposto pelo governo, que endurece o acesso a direitos trabalhistas como o seguro-desemprego, e a defesa da presidente Dilma.
Ruas
Desde as manifestações de 2013, o PT tenta se reaproximar dos movimentos sociais e das ruas. Um dos objetivos do partido é pressionar o Congresso por meio da sociedade civil. Um exemplo é a proposta de plebiscito para a reforma política.
Em reunião com deputados e senadores do PT na semana passada, o ex-presidente Lula teria demonstrado sua preocupação com as manifestações do dia 15 e pedido sugestões de como reagir à crise. Na ocasião, Lula defendeu que o governo Dilma proponha uma pauta positiva.
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