Brasília (Folhapress) Orientado pelo Palácio do Planalto, o PT reagiu com um discurso orquestrado na Câmara e no Senado para tentar rebater rápido as denúncias de repasse financeiro de Cuba para a campanha que elegeu o presidente Lula.
Ontem, deputados e senadores do partido se revezaram nas tribunas, com exemplares da revista Veja, para repetir o discurso: a denúncia é "fantasiosa" e "frágil", e o PT processará a revista, acusada de estar a serviço dos partidos de oposição.
"O partido caracteriza essa revista como um instrumento da oposição partidária no país. Sistematicamente ela vem produzindo reportagens com o único objetivo de tentar esquentar as CPIs. Vamos processar a revista pela maneira como tem agido em relação ao PT, tentando atacar a imagem do partido", disse o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini. A defesa foi articulada pelo coordenador político do governo, Jaques Wagner, que, segundo os parlamentares da sigla, orientou as bancadas a reagirem duro para não permitir que a oposição alardeasse as denúncias.
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), travou embate com lideranças dos partidos de oposição. "A oposição terá oportunidade de fazer o debate, como teremos. Terá oportunidade de fazer a disputa política eleitoral, e estamos preparados para ela, o que não podemos concordar é fazer da reportagem o centro da vida nacional", disse.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse que, mesmo que seja comprovado o recebimento de dinheiro de Cuba, o crime já teria prescrito. "O clima está muito tenso. Se o Congresso for ampliar a delegacia de polícia, tem matéria-prima para todos os gostos e todos os lados", disse a senadora.
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