O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que o partido já vê um eventual rompimento com o PSB nas eleições presidenciais de 2014. Isso porque, na sua análise, o tradicional parceiro indicou, via o presidente da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que pretende alçar voo solo e poderá, inclusive, estar ao lado dos tucanos.
"Acho que há uma disposição do PSB de se fortalecer, colocando na ordem do dia a possibilidade de disputar 2014 fora do nosso bloco", disse Falcão, em entrevista concedida na semana passada, antes que o deputado João Paulo Cunha (PT) desistisse de concorrer à prefeitura de Osasco após ser condenado pelo mensalão - Falcão trabalhava então com a hipótese de absolvição.
Sobre o estranhamento com o PSB nas disputas em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, Rui Falcão, disse que será mantida a parceria estratégica com o PMDB, "que é o nosso principal parceiro". Segundo ele, as outras disputas são locais, "não são elas que estão pautando necessariamente alguma mudança de postura em relação ao PSB, por exemplo." Para ele, o rompimento em Recife foi provocado pelo PSB. "Belo Horizonte foi um episódio local, mas a direção nacional do PSB não interveio para corrigir. Ela ameaçou, mas recuou e permitiu que a aliança fosse rompida por uma falta de palavra do prefeito Marcio Lacerda, que não honrou um compromisso escrito, inclusive."
Falcão nega que houve qualquer ressentimento pessoal com relação ao governador Eduardo Campos. "Não misturamos disputa política com questões pessoais. Não tenho nenhum ressentimento. Acho que há uma disposição do PSB de se fortalecer, o que é legítimo, mas também colocando na ordem do dia a possibilidade de disputar 2014 fora do nosso bloco", disse. Para ele, essa hipótese deve ser analisada, mas não agora, uma vez que rearranjos partidários podem ocorrer após a eleição municipal, com fusão e surgimento de outros partidos, negando possível fusão entre o PSB e o PSD, embora avalie que em um eventual voo solo do PSB possa ser feito com o PSDB. "É uma possibilidade que não podemos descartar. Isso pode vir a ocorrer."
O presidente do PT garantiu que o PSB continua a participar do governo federal. "Vamos nos empenhar pra que isso continue a ocorrer. Não queremos misturar o rompimento na eleição municipal com a questão nacional", afirmou. O comportamento de Eduardo Campos foi diferente em São Paulo, com sua atuação de apoio ao candidato do PT à Prefeitura da cidade, Fernando Haddad, porque "ele tinha um compromisso pessoal com o Lula", explicou Rui Falcão. "Ainda assim, ele cobrou várias contrapartidas. E nós atendemos. Até demos a mais. Caso, por exemplo, de Aracaju, que não tinha sido pedido e retiramos a candidatura para apoiar o candidato do PSB. Tudo o que ele pediu nós atendemos." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.