Depois de abrandar a crise com o PMDB, o PT terá de apagar o foco de incêndio instalado no PTB relativo ao processo de eleição do presidente da Câmara. O PTB ameaça lançar um candidato próprio, o deputado Sílvio Costa (PTB-PE), para disputar o cargo com Marco Maia (PT-RS). Outra possibilidade é a de os petebistas apoiarem um nome alternativo, caso não seja garantida a manutenção do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) na quarta secretaria da Casa.

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O PTB perdeu parlamentares nas últimas eleições. A partir de agora, com uma bancada de 21 deputados, ficou na posição de nono partido na Câmara. Menor, o partido não terá mais o direito de escolher o cargo que vinha ocupando com Marquezelli, segundo a regra da proporcionalidade na distribuição dos espaços.

A promessa de cumprir a norma da ocupação dos cargos de acordo com o tamanho das bancadas permitiu a Marco Maia obter o apoio dos partidos de oposição - PSDB e DEM, que formam a terceira e quarta maiores bancadas, respectivamente - para a sua eleição. O PTB reclama que Maia garantiu cargos para a oposição, mas não deu segurança ao PTB. Além da quarta secretaria, o partido quer continuar com a presidência da Comissão do Trabalho.

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Em nota divulgada hoje, o PTB defende a formação de um megabloco parlamentar com nove partidos da base, para assim garantir a escolha da quarta secretaria para Marquezelli. Fariam parte do bloco o PT, o PMDB, o PP, o PR, o PTB, o PSC, o PRB, o PHS e o PTdoB.

A proposta da bancada do PTB está na contramão das discussões em andamento na Casa. O PT, que tem a maior bancada, tenta desarmar a formação de blocos, pois essa movimentação seria uma forma de minar o seu poder na Câmara, além de dificultar as futuras negociações da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

"O PTB prega a unidade para a eleição da Mesa desde que os seus espaços de poder sejam respeitados, do contrário temos opções de candidaturas à presidência, inclusive a do nosso companheiro Sílvio Costa", afirma o comunicado divulgado pelo líder da bancada, deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

Acomodação

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), futuro líder da bancada petista na Câmara, disse que o PTB será acomodado na Mesa da Casa. A afirmação ocorreu após o encontro de Marco Maia, Teixeira e integrantes do comando da campanha do petista com o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, e com o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), para tratar da eleição na Câmara.

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Teixeira afirmou que o mapa dos partidos nos cargos ainda está sendo feito e que ninguém deve ficar de fora. "Haverá um desenho para contemplar os partidos na Mesa", afirmou Teixeira. A Mesa é composta por sete cargos titulares mais quatro suplentes. Além desses cargos, entram na negociação a ouvidoria, a procuradoria e o Conselho de Ética da Casa.

"Nossa política é a de não formar blocos para respeitar o tamanho das bancadas como saíram das urnas", disse Teixeira, ao relatar que, no encontro entre PT e PMDB, os peemedebistas descartaram a formação de blocos parlamentares.