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Ex-ministro Eduardo Cardozo teria “perdido a paciência” com pressões do PT e do ex-presidente Lula. | José Cruz/Agência Brasil
Ex-ministro Eduardo Cardozo teria “perdido a paciência” com pressões do PT e do ex-presidente Lula.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

A mudança de comando no Ministério da Justiça, com a saída de José Eduardo Cardozo anunciada nesta segunda-feira (29), preocupou os delegados da Polícia Federal (PF).

Em nota, a associação que representa a classe cita pressões políticas para controlar o trabalho da instituição. Apesar de não mencionar a Operação Lava Jato , os delegados se referem à pressão do PT no controle das investigações sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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A força-tarefa da operação no Paraná informou oficialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda que apura se o ex-presidente recebeu vantagens de empreiteiras quando estava à frente do Palácio do Planalto. No domingo (28), na festa de aniversário do partido, Lula fez um discurso inflamado citando as suspeitas que recaem sobre ele na Lava Jato e reafirmou que é honesto.

Na última conversa com a presidente Dilma Rousseff (PT) antes de deixar o cargo, Cardozo disse que sua situação à frente da pasta estava insustentável. Pouco antes, teria dito a amigos que tinha “perdido a paciência” diante das pressões feitas pelo PT e pelo ex-presidente, que queriam sua saída do cargo.

Lula teria dito que Cardozo é o responsável pelo avanço das investigações da Lava Jato. “Zé Eduardo não controla a Polícia Federal”, teria dito o ex-presidente .

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Além de Lula, conforme noticiou o jornal O Globo, um grupo de deputados petistas se encontrou com Cardozo na semana passada para cobrar providências do ministro sobre os vazamentos das investigações que envolvem Lula e sobre a forma como a Polícia Federal está conduzindo os trabalhos. No grupo estavam o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), Wadih Damous (RJ) e Moema Gramacho (BA).

Para políticos da oposição, a mudança de comando na Justiça representa uma clara interferência na Lava Jato e é sinal de enfraquecimento do governo diante das investigações. “É mais um sinal da fragilidade da presidente Dilma e do governo PT, com diversos dos seus presos pela Lava Jato, principalmente agora com o a prisão do [marqueteiro] João Santana. É uma forma de tentar interferir na autonomia da Polícia Federal”, declarou o deputado Rubens Bueno (PPS-PR).

Advocacia da União

José Eduardo Cardozo sai da Justiça, mas não deixa a Esplanada. Ele será indicado para a Advocacia-Geral da União (AGU), em substituição a Luís Inácio Adams.

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