Em dia de polêmicas envolvendo a Fifa, sobraram comparações com o futebol na votação das doações empresariais para campanhas. Deputados contrários ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o compararam ao “dono da bola”, por ter rompido o acordo referente à ordem de votação. Assim como na votação do “distritão”, PT, PSB, PPS e PSol uniram forças para se contrapor a Cunha.
Na sessão, os deputados desses partidos tentaram impedir que a emenda aglutinativa que permitiu a “virada de mesa” de Cunha fosse votada. O deputado João Fernando Coutinho (PSB) propôs uma questão de ordem para retirar a proposta de pauta. No entendimento dele, Cunha feriu o regimento ao permitir que a emenda fosse votada – uma vez que não se trataria de uma emenda aglutinativa. O presidente, naturalmente, rejeitou a questão.
Outras votações
Antes da nova votação do financiamento empresarial, dois modelos diferentes foram apresentados. O primeiro, que permitia a doação apenas de pessoas físicas, foi rejeitado por 240 a 164 votos. Depois, a proposta de financiamento público exclusivo foi derrubada 343 votos a 53. Apenas o PSol e o PCdoB encaminharam favoravelmente à emenda; o PT, que historicamente defendeu o modelo, encaminhou pela abstenção.
Alfinetadas
Após a rejeição do “distritão”, Cunha alfinetou adversários. “A Casa definiu que não quer fazer a reforma política. Ela se dissociou da sociedade quando pregou que queria uma reforma política e, quando teve a oportunidade, não se manifestou por nenhum dos modelos.” (AG e CM)