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A festa da virada do ano reuniu pouco mais de um milhão de cariocas e turistas em Copacabana, metade do público registrado ano passado, segundo estimativas dos policiais. Além disso, após a queima de fogos, que durou 16 minutos, milhares de pessoas foram em direção a Ipanema para prestigiar os shows do Black Eyed Peas e do Infected Mushroom, que aconteceram em pontos diferentes da areia. Na Barra da Tijuca, a festa não brilhou como no ano passado, pois a queima de fogos foi proibida pelo Corpo de Bombeiros.

Problemas no som e shows menos populares esvaziam Copacabana

O público, que lotou as pistas da Avenida Atlântica, o calçadão e a areia, assistiu à queima de 24,3 toneladas de fogos de fabricação chinesa. Instaladas em oito balsas ancoradas ao longo da Praia de Copacabana. Mal terminou a queima de fogos, a festa em Copacabana começou a se esvaziar. No Leme, tradicionalmente uma área de grande concentração, o público reclamava do defeito no sistema do som. Muitas pessoas, especialmente os mais jovens, deixaram Copacabana em direção à Ipanema para assistir ao show da banda de hip-hop Black Eyed Peas e aos DJs do Infected Mushroom.

Pelo menos três pessoas foram atingidas por balas perdidas logo depois da festa da virada em Copacabana. O adolescente Vitor Paiva Rodrigues, de 13 anos, estava no Leme e foi alvejado por um tiro na coxa. Socorrido pelo Corpo de Bombeiros, ele foi levado para o Hospital Miguel Couto. Um homem, que estava na esquina da Avenida Atlântica com a Rua Sá Ferreira e uma mulher, na esquina da Avenida Atlântica com a Praça do Lido, também foram baleados, mas ainda não há a identificação deles.

Os postos médicos localizados na Avenida Atlântica, em frente às ruas Figueiredo Magalhães e Bolívar, atenderam até as 23h somente 117 pessoas. Os dois casos mais graves foram de mulheres que caíram e sofreram fraturas nas pernas. Elas foram removidas para os hospitais Souza Aguiar e Miguel Couto. Os demais casos foram de pessoas embriagadas ou com pequenos cortes nos pés. Segundo os médicos, o número de atendimentos este ano está inferior à média dos casos registrados nos anos anteriores.

Segundo o inspetor José Ricardo Soares, comandante do 2º Grupamento Especial de Transito da Guarda Municipal, o número de veículos que se dirigiram para o bairro esta noite foi cerca de 40% menor que no ano passado. Ele atribuiu isso ao mau tempo a uma divisão do público entre Copacabana e Ipanema.

- O evento em Copacabana é mais tranqüilo e é possível que algumas pessoas tenham desistido por causa da chuva. Já em Ipanema, a atrações são para um público mais jovem, que vai independente de chuva ou de qualquer outro problema - disse o inspetor.

Problemas técnicos deixaram o trecho da Princesa Isabel Até o Leme sem som durante 34 minutos. A nota negativa é que apesar da orientação dos organizadores e do Corpo de Bombeiros, muitas pessoas insistiram em trazer fogos de artifício que são usados na areia.

Black Eyed Peas causa êxodo de Copacabana para Ipanema

Nem a chuva que atingiu a cidade ontem nem os dias de violência que antecedaram a virada do ano ofuscaram o réveillon de Ipanema. Protegidas por guarda-chuvas e capas, cerca de 550 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, foram conferir a estréia do bairro, que entrou com o pé direito no calendário oficial de festejos de fim de ano da cidade. Durante o show da banda Black Eyed Peas o público chegou a 1,5 milhão pessoas, segundo a Polícia Militar.

Dois palcos foram montados em Ipanema. O posto 9 se transformou numa grande festa rave com muita música eletrônica comandada por DJs internacionais, como Infected Mushroom, e nacionais. No entanto, o palco do posto 8 concentrou maior número de público, com apresentações do DJ Marlboro, Funk'n Lata e atração mais esperada da noite, o Black Eyed Peas.

A chuva que caiu ao longo de todo o dia deu uma trégua apenas por volta das 21h ao público que começava a chegar a Ipanema. Aos pouco as pessoas chegavam ao palco montado em frente ao posto 8, onde o músico Sérgio Mendes fez sua apresentação. Pouco depois, no entanto, voltou a chover e um mar de guarda-chuvas se estendeu sobre a areia. O ambulante Sebastião Rafael vendeu mais de 100 capas de chuva. O clima foi tranqüilo no local. Os bomeiros atenderam um caso suspeito de overdose de ecstasy. De resto, apenas casos de consumo excessivo de álcool.

Policiais do 23º BPM (Leblon) flagraram, por volta das 22h, cinco jovens com pequena quantidade e ecstasy, cocaína e maconha. O grupo foi preso na esquina da Avenida Atlântica com a Rua Joaquim Nabuco e foi levado para 14ª DP (Leblon).

Segundo o comandante do 23º BPM (Leblon), tenente-coronel Carlos Millan, 1.200 policiais estão fazendo o patrulhamento em Ipanema e no Leblon. Os três postos de atendimento médico montados pela prefeitura só registraram casos sem sem gravidade, sobretudo por excesso de bebida alcoólica. Já o trânsito nas imediações da praia foi intenso com algumas retenções nos acessos. Uma chuva fraca caiu em toda a região.

Barra fica sem queima de fogos na virada

Diante da ameaça de prisão, os responsáveis pela empresa 100% Designer e Eventos resolveram suspender a queima de fogos na festa da réveillon da Barra da Tijuca. A suspensão do show pirotécnico deixou frustrados cerca de três mil pessoas aglomeradas na ãrea do palanque no Quebra-Mar.

O comandente de Unidades Especiais do Corpo de Bombeiros da Barra, coronel Euclides Paranhos, determinou a suspensão do espetáculo pirotécnico porque os responsáveis não respeitaram a distância de 500 metros entre o local das explosões e o público. Segundo Paranhos, os fogos foram instalados no deque do Quebra-Mar a 400 metros do palco, onde o público se concentrou para assistir ao show. Denise Prado, responsável pela empresa 100% Designer e Eventos, disse que as normas de segurança foram cumpridas e que pretendiai detonar os fogos. Ela explicou que tem autorização do Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (Dfae) da Polícia Civil para instalar os fogos com afastamento de 300 metros do público. O coronel Paranhos manteve a proibição, mesmo com a autorização do Dfae. O oficial disse que se houvesse queima de fogos e ocorresse algum incidente, a responsável pela empresa seria indiciada criminalmente.

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