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Integrantes do Partido Verde do Rio (PV) realizaram na tarde deste sábado, na Praça Paris, na Glória, um "piquenique protesto" contra o governador Sérgio Cabral, do PMDB. A manifestação, chamada de "Ocupa Paris", foi uma crítica ao episódio envolvendo as viagens do peemedebista à capital francesa na companhia do amigo e empresário Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções, empresa investigada na CPI mista do Congresso que apura as atividades do contraventor Carlinhos Cachoeira.

O encontro, no entanto, não teve a presença de membros da executiva estadual do PV, como a deputada estadual Aspásia Carmargo, pré-candidata à prefeitura do Rio nas eleições de outubro deste ano, e do ex-deputado federal Fernando Gabeira. Os participantes exibiram as faixas pintadas com as frases "Caviar é uma ova", "Que m... hein Cabral!" e "Delta e Rola".

Os verdes também usaram fraldas brancas na cabeça em uma sátira às fotos divulgadas em que secretários do governo Cabral aparecem dançando com guardanapos na cabeça em uma comemoração na capital da França, ao lado de Cavendish. Entre eles, Sérgio Côrtes (Saúde) e Wilson Carlos (Governo). Na imagens, de 2009, está também Sérgio Dias, secretário municipal de Urbanismo da administração do prefeito Eduardo Paes, também do PMDB e pré-candidato à reeleição.

"É lamentável. O índice de popularidade dele (Cabral) está despencando. Essa relação do governador com empreiteiros será a sua decadência", afirmou o militante Paulo Fragoso, de 46 anos, que vestia um terno para simbolizar a comitiva liderada por Cabral no exterior.

"Toda essa história de Paris é uma vergonha para o estado. O problema não é o jantar com o Cavendish, mas, sim, misturar os interesses público e privado", ressaltou o secretário de mobilização e eventos do PV, Flávio Lazaro. Procurado pelo Globo, Cabral não quis comentar.

A viagem do governador e de sua comitiva a Paris, em setembro de 2009, custou aos cofres do estado pelo menos R$ 77,7 mil, conforme O Globo revelou na edição deste sábado. Os valores pagos pelo governo do Rio são relativos à diária internacional de parte do grupo, e não inclui despesas com passagens aéreas, apenas hospedagem e alimentação. Pelo Portal da Transparência, nove pessoas receberam diárias, entre elas: Cabral (R$ 6.384), Régis Fichtner (secretário da Casa Civil, R$ 4.256), Adriana Novis (chefe do cerimonial, R$ 8.512) e mais seis servidores.

Outros quatro funcionários viajaram e ganharam diárias mas não aparecem no Portal. Situação parecida de cinco secretários de estado que acompanharam Cabral. Segundo o governo, deste grupo, Wilson Carlos, Sérgio Côrtes e Júlio Lopes (Transportes) foram por conta própria. Desde 2009, o governo vinha divulgando que a viagem a Paris ocorreu nos dias 14 e 15 de setembro daquele ano. Agora, o governo informou que a viagem foi, na verdade, de cinco dias. Segundo a assessoria do governo, a diferença ocorre porque a divulgação da agenda de Cabral é sempre relativa aos eventos públicos.

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