Vereador vai recorrer
O vereador Professor Galdino afirmou que irá recorrer da decisão do partido que o expulsou da legenda à Executiva Nacional do PV. No entanto, qualquer movimentação do vereador só ocorrerá depois que ele for oficialmente notificado da decisão, o que deve acontecer hoje. Segundo o advogado do parlamentar, Marlus César Prudlik, só depois disso é que será montada a estratégia de defesa para tentar reverter a decisão e manter o cargo.
Nos próximos dias, o PV deverá apresentar à Justiça Eleitoral a decisão da Executiva Estadual e entrará com processo para requisitar a vaga de Galdino na Câmara Municipal. Se a Justiça entender que o cargo é do partido, quem deverá assumir a vaga é o ex-vereador Paulo Salamuni. Segundo o presidente do Instituto Paranaense de Direito Eleitoral, Luis Gustavo Severo, Galdino poderá se filiar a outra legenda antes da Justiça decidir com quem ficará o cargo. Galdino já estaria sendo assediado até pelo PSDB.
O presidente do PV, Melo Viana, afirmou ontem que a denúncia contra o vereador Professor Galdino (PV) por um suposto assédio sexual foi o principal motivo para a expulsão do parlamentar do partido. A decisão foi tomada no fim da noite de terça-feira por 15 votos a três. Segundo Viana, além dessa denúncia, suspeitas de caixa dois também pesaram contra o vereador no processo da comissão de ética.
Com as justificativas, o partido tenta tirar o foco da discussão sobre as exonerações dos funcionários indicados pelo PV para o gabinete de Galdino, mas que trabalhavam para a estrutura do partido, na decisão da Executiva. "O motivo que provocou a comissão de ética não foi o motivo pelo qual ele foi expulso", declarou Melo Viana durante coletiva à imprensa ontem.
No início de fevereiro, Galdino exonerou o líder do PV Jovem Raphael Rolim e a telefonista Rosana Souza, ambos indicados pelo partido. Segundo o vereador, nenhum dos dois iam trabalhar no gabinete e por isso foram exonerados. Rosana e Raphael eram pagos pela Câmara, mas prestavam serviços para o partido, como confirmou o próprio presidente da legenda. A exoneração de Raphael foi o motivo para a abertura do processo na comissão de ética da sigla contra Galdino. Como a decisão do vereador teria contrariado o estatuto do PV, que determina que um quinto das vagas de um gabinete do político do partido deva ser para indicações da legenda.
A decisão da Executiva do partido foi tomada apenas com base em depoimentos de testemunhas, sem haver provas materiais sobre as acusações de suposto assédio sexual e caixa dois. "Esse é um ato político, e não um ato jurídico", disse Viana.
O relatório feito pela comissão de ética do partido indica que o suposto assédio sexual teria sido cometido por Galdino contra uma ex-funcionária do gabinete do ex-vereador Paulo Salamuni (PV). A servidora, que alega ter recebido proposta indecorosas do vereador, não levou a acusação à polícia.
Na entrevista de ontem, Viana ainda acusou Galdino de ter um histórico de acusações de assédio sexual. Mas afirmou que o partido nunca tomou uma medida em relação a isso porque as denúncias sempre foram anônimas.
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