Marina: terceira força para encurralar os tucanos.| Foto: Rodolfo Buhrer/Agência de Notícias Gazeta do Povo

A senadora Marina Silva (PV-AC) vai aproveitar o início do ano para acertar a equipe e as linhas de ação de sua candidatura. O primeiro movimento será sua apresentação no programa do partido, que irá ao ar em rede nacional de TV e rádio no dia 10 de fevereiro. Pela primeira vez, ela falará diretamente para os eleitores na condição de candidata e sabe que precisa se tornar mais conhecida. O PV celebrará sua entrada no partido e apresentará sua trajetória política e de vida, buscando até semelhanças com a história do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Como Lula, a origem de Marina é humilde e personagem de grande carisma. Trabalhou nos seringais do Acre, sofreu contaminação por mercúrio e conseguiu se alfabetizar tardiamente. Ela será a estrela do programa que terá produção vip, dirigido pelo cineasta Fernando Meirelles, do filme Cidade de Deus. O diretor é um dos novos "cardeais" que vêm se agregando à campanha, como é o caso do empresário Guilherme Leal, da Natura, possível vice na chapa presidencial de Marina.

Mas há preocupações da ex-ministra do Meio Ambiente e do PV. Uma delas é desfazer impressão que pode abrir mão da disputa ou ser linha auxiliar em favor da candidatura do governador de São Paulo, o tucano José Serra, líder nas pesquisas.

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Depois de deixar o governo e se desfiliar do PT, Marina entrou no PV não só pela perspectiva de se candidatar ao Planalto. O eixo era a possibilidade de nacionalizar a discussão sobre o meio ambiente e apresentar visão crítica diante da maneira como o governo trata o setor.

Ela diz que não existe a menor possibilidade de interromper o processo de sua candidatura nem de aproximação com a campanha tucana. Mas a impressão de afinidade fica mais forte com a participação na sua campanha de políticos do PV, próximos do governador paulista. É o caso do deputado federal Fernando Gabeira e do ex-deputado Eduardo Jorge, que ocupou a Secretaria de Meio Ambiente no mandato de Serra como prefeito de São Paulo.

Marina e seus aliados acham que essa associação com Serra pode liquidar qualquer perspectiva positiva para sua candidatura. Especialmente porque ela espera herdar votos de eleitores de origem petista que, como ela não concordam com os rumos do governo federal.

Outro ponto é ampliar o alcance de sua candidatura. A questão ambiental será tema central. Os verdes têm como objetivo fazer com que o assunto se torne agenda obrigatória para o próximo presidente eleito.

Mas sabem que a campanha poderá ganhar musculatura se não for monotemática. Do contrário, será repetição do que ocorreu em 2006 com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que centralizou seu discurso na Educação e foi ignorado. O objetivo é fazer com que Marina termine 2010 maior do que entrou e aponte perspectivas nacionais para ela e o PV. Isso garantiria voz e espaço nas negociações com o próximo governo.

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