Candidatos do Partido Verde não poderão receber doações de empresas produtoras de tabaco, armas ou transgênicos e daquelas com histórico de agressão ao meio ambiente.

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"Não existe uma fila de empresas batendo na nossa porta para fazer doações e a gente podendo escolher ‘você sim, você não’. O que existe é que, de fato, a gente procura as empresas pra pedir doações. Houve um consenso no sentido de não se procurar empresas que destoem de forma tão radical dos nossos ideiais. É uma coisa de fato preventiva, um filtro", diz o vereador Alfredo Sirkis, coordenador da pré-campanha do partido à Presidência da República.

'Maquiagem ecológica'

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A determinação do comando de campanha do PV vale para todos os candidatos do país e tem o objetivo de evitar que empresas utilizem as doações como "maquiagem ecológica", segundo Sirkis. A decisão deverá ser referendada na convenção do partido, em junho.

O secretário de Relações Internacionais do PV, Marco Mroz, conta que a discussão surgiu quando, no início do ano, uma empresa que cultiva produtos transgênicos quis fazer uma "grande doação" ao partido. O PV rejeitou a contribuição. Segundo ele, a legenda está consciente de que, assim como ocorreu nesse episódio, irá abdicar de um considerável volume de contribuições. "Essas empresas são aquelas que sempre doam para todos os partidos, para todos os candidatos. E nós não pretendemos aceitar. A indústria do tabaco tem um lobby fortíssimo, e a dos transgênicos, também. Se isso (uma eventual doação ao PV) cai na mídia, é um fato que desmoraliza a nossa credibilidade. Não vale a pena. A relação custo benefício é muito forte", diz. Para Sirkis, a medida é uma forma de controlar as condutas dos candidatos do PV país afora. "O sistema eleitoral brasileiro é muito ingrato. No Rio, são 46 vagas pra deputado federal e 69 candidatos (número que cada partido pode indicar). Para deputado estadual, são 70 vagas, são 105 candidatos. Como você sabe exatamente como cada um deles é, como não é? Isso no RJ, que é um estado mais politizado. Você tem ainda mais dificuldade no interior, nos grotões", diz Sirkis.

'Ecologistas de carteirinha'

O coordenador da pré-campanha da senadora Marina Silva ao Palácio do Planalto conta que a determinação não pode, por outro lado, criar tantas restrições a ponto de acabar com a capacidade de arrecadação do partido. "[As empresas] não precisam ser ecologistas de carteirinha", pondera. Segundo Sirkis, sempre houve um consenso dentro do PV em relação às doações. Desta vez, no entanto, foi instituída a regra e quem a descumprir estará sujeito às penalidades previstas no estatuto, que vão desde advertência e suspensão e podem chegar a expulsão.