BRASÍLIA - Dados da quebra do sigilo telefônico do advogado Rogério Buratti, acusado de tentar extorquir R$ 6 milhões da multinacional Gtech para garantir a renovação do contrato da empresa com a Caixa Econômica Federal, revelam que ele mantinha contato freqüente com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que poderá ser o próximo alvo da CPI dos Bingos.

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A informação veio à tona dois dias depois de Buratti ter dito que tinha apenas "encontros ocasionais" com o ministro desde 1994, quando deixou o cargo de secretário de Governo de Ribeirão Preto (SP), ocupado durante a gestão de Palocci. Quando Buratti foi apontado como suposto operador da renovação de contrato da Gtech com a Caixa, Palocci negou publicamente que tivesse mantido contato com o advogado.

Os dados integram um inquérito da Polícia Federal e foram obtidos pelo Ministério Público de São Paulo. Segundo o relatório encaminhado à CPI, o telefone da casa de Palocci, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, está entre os cinco números mais discados por Buratti. O período total das ligações não foi divulgado, mas há registros de pelo menos três delas, em datas próximas à divulgação pela imprensa do vídeo em que o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz aparece pedindo propina ao empresário de jogos Carlinhos Cachoeira. O dinheiro seria para campanhas eleitorais e para si mesmo.

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No dia 7 de fevereiro de 2004 Buratti ligou de sua casa para a de Palocci. No dia 21 do mesmo mês, foram dois telefonemas, dessa vez de um dos celulares utilizados por Buratti. O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), admitiu a possibilidade de Palocci ser convocado para prestar esclarecimentos aos parlamentares sobre os telefonemas.

- Quem faz ligações para a casa do ministro é porque é amigo, demonstra intimidade. Buratti envolveu o ministro na história - avaliou o senador.