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Neste domingo, 29 de outubro, completa um mês que um Boeing da Gol colidiu no ar com um jato Legacy, no norte de Mato Grosso. Morreram no acidente 154 passageiros. O corpo de uma das vítimas ainda não foi localizado pela equipe que trabalha na mata onde caiu o avião. Além disso, as investigações realizadas até agora não apontaram para os responsáveis pelo acidente.

Às 16h48 daquela sexta-feira, a Aeronáutica perdeu o contato por radar com o Boeing 737-800 da Gol, que cumpria o vôo 1907 entre Manaus e Rio de Janeiro, com escala em Brasília. Equipes de busca foram acionadas e passaram a noite à procura de vestígios do acidente. A expectativa era de que houvesse sobreviventes. Na manhã de sábado, militares encontraram destroços da aeronave próximo à cidade de Peixoto de Azevedo, perto da divisa de Mato Grosso com o estado do Pará. Oficiais descessem de um helicóptero, utilizando cordas, para abrir uma clareira na mata. Ao verificar a gravidade do acidente, constatou-se que não havia chances de encontrar sobreviventes.

Ainda na sexta-feira, a Aeronáutica divulgou que o jato envolvido no acidente, com avarias em uma das asas e na cauda, havia conseguido pousar no Campo de Provas Brigadeiro Velloso, na Serra do Cachimbo (PA). Os sete ocupantes do Legacy não sofreram ferimentos. A aeronave seguia de São Paulo para os Estados Unidos.

Durante a operação de resgate dos corpos, a Aeronáutica montou uma base de apoio na Fazenda Jarinã. Mais de 200 militares do Comando da Aeronáutica, além de peritos do Instituto Médico Legal e bombeiros participaram dos trabalhos. Os corpos eram removidos da mata até uma clareira e, de lá, içados de helicóptero até a fazenda. Em seguida, eram guardados em caminhões-frigoríficos até que fossem transferidos para o IML de Brasília, onde era feito o trabalho final de identificação.

Investigações

Três frentes de investigação foram feitas para esclarecer quem seria o responsável pelo acidente. A Polícia Civil abriu um inquérito, presidido pelo delegado Luciano Inácio, que esteve no local do acidente colhendo detalhes sobre a queda do Boeing. Foi Inácio quem ouviu os depoimentos dos tripulantes do Legacy.

O delegado Renato Sayão, da Polícia Federal, começou a investigar o caso seis dias após o acidente. Os inquéritos policiais correm em paralelo às investigações feitas pela Agência Nacional de Aviação (Anac).

Inácio e Sayão já decidiram pedir a prorrogação do prazo para concluir o inquérito que apura as causas do acidente. Ainda não há um consenso se houve falha mecânica ou humana.

A partir desta segunda-feira (30), o delegado Sayão ouvirá os depoimentos de 10 controladores de vôo que trabalhavam na torre de Brasília no dia do acidente. Já os controladores de vôo que trabalhavam em Manaus e São José dos Campos serão ouvidos apenas depois da prorrogação de 60 dias do inquérito policial.

Sayão revelou que só ouvirá os controladores dessas cidades após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que três órgãos investigam as causas do acidente e as informações não são compartilhadas.

Como as informações apuradas pela Aeronáutica não estão sendo repassadas aos delegados, como o resultado da análise das caixas-pretas, Sayão pediu um posicionamento do STJ sobre qual o órgão responsável pelas investigações sobre a queda do avião da Gol.

O ministro da Defesa, Waldir Pires, já havia afirmado que o sigilo das investigações é garantido pela Convenção de Aviação Civil Internacional, conhecida como Convenção de Chicago. Pires ressaltou que, caso o STJ decida que a Aeronáutica deve compartilhar as informações, o material será repassado à Polícia Federal.

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