O avião que caiu na Serra da Cantareira, em São Paulo, na manhã de segunda-feira estava a apenas três minutos do Campo de Marte quando colidiu com as árvores. A informação foi dada pelo capitão Edson Farias, do Setor de Investigação de Acidentes do Departamento de Aviação Civil (DAC). Farias apurou que os dois motores da aeronave funcionavam em baixa potência no momento do acidente e que a visibilidade não era favorável. Porém, o piloto operava em condições visuais.
- Mau tempo não derruba avião - afirmou Farias. O vôo estava sendo feito em condições visuais porque o Campo de Marte não tem aproximação por instrumento. Segundo o capitão, em uma situações de emergência o piloto poderia subir, declarar à torre que não tem mais o controle do terreno e aí é encaminhado para outro aeroporto onde opera por instrumento.
- Mas só o piloto pode decidir, na hora, qual a melhor decisão a tomar - disse.
O capitão afirma que a região onde houve o acidente tem muita elevação. Porém, ainda não pode concluir se este seria um dos motivos da queda.
- Esse tipo de avião não tem caixa preta. Por isso temos de fazer a investigação a partir de análises laboratoriais. Temos de checar motores, peças, saber se a documentação estava em ordem, ver se o piloto tinha realizado a inspeção de saúde, enfim, levantar tudo. Mas, nesse caso, há dois fatos determinantes, que são os depoimentos dos sobreviventes - explicou.
Farias disse ainda que a equipe também vai ouvir as fitas das gravações das conversas entre o piloto e a torre.
- Sabemos apenas que não houve nenhum pedido de socorro - afirmou o capitão.
Para o capitão, o fato de os dois motores estarem desacelerados na hora da queda não significa que houve falhas.
- Como o avião estava perto do aeroporto, o piloto pode ter reduzido a velocidade para descer ou então ter constatado algo - disse.
A Aeronáutica tem 90 dias (prorrogáveis) para concluir o inquérito.
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