Queimada destrói 20 milhões de árvores

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Belém (AE) – Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e integrantes do Exército e da Polícia Militar identificaram na Terra do Meio, Sudoeste do Pará, e em Cumaru do Norte, no Sul do estado, a maior derrubada de floresta amazônica dos últimos anos. A área queimada é equivalente a 100 mil campos de futebol, com 20 milhões de árvores.

A expansão da pecuária paraense, onde está o quarto maior rebanho do país, com 18 milhões de cabeças, seria uma das causas de invasões e desmatamento de áreas públicas onde antes havia mata densa. Frigoríficos do sul do estado chegam a abater três mil bois diariamente.

Em três meses de operação – ainda não concluída –, os fiscais aplicaram mais de 90 autos de infração, apreenderam tratores, motosserras, caminhões, armas, um avião, além de dois mil metros cúbicos de madeira serrada e em toras. O total de multas é recorde, R$ 100 milhões. O gerente executivo do Ibama em Marabá, Ademir Martins dos Reis, informou que na Terra do Meio os grileiros e fazendeiros destruíram 50 mil hectares de floresta.

No município de Cumaru do Norte, sul do estado, os fiscais desceram de helicóptero numa imensa clareira quase 60 vezes maior do que a cidade de Belém e não conseguiram conter o espanto: em oito fazendas próximas uma área do tamanho de 50 mil campos de futebol foi derrubada e transformada em cinzas. Nem as castanheiras, protegidas por lei, escaparam do fogo. A terra seria preparada por tratores e depois semeado capim para o gado.

Em áreas públicas, onde não há autorização para derrubada de árvores, a mata nativa estava sendo transformada em pasto. "A floresta que eles destruíram tem mais de cem anos. Colocaram tudo no chão e queimaram em questão de meses. Isso é inaceitável", disse Martins.

Multas

O fazendeiro Evandro Teixeira Campos foi multado em R$ 2,8 milhões, a maior aplicada pelo Ibama. Ele é acusado de derrubar dois mil hectares de mata virgem.

A área foi comprada do traficante Leonardo Dias Mendonça, preso em 2002 pela Polícia Federal, acusado de fazer parte da quadrilha de Luiz Fernando da Costa, Fernandinho Beira-Mar. Mendonça cumpre condenação por outros crimes numa penitenciária de Goiânia (GO).