Belo Horizonte (Folhapress) O deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), 56 anos, que todo ano se submete a um check-up médico, foi "aprovado" ontem nos testes que realizou em Belo Horizonte. "São exames de rotina, estou muito bem", disse ele, que se diz também "muito tranqüilo" para enfrentar a votação no Conselho de Ética da Câmara, cujo relatório pede a sua cassação.
O deputado mineiro é acusado de ter recebido R$ 453 mil do esquema de Marcos Valério de Souza, via SMPB, uma das agências em que o empresário era sócio.
O relatório do caso de Queiroz, feito pelo deputado Josias Quintal (PSB-RJ), foi o terceiro apresentado com voto a favor de perda de mandato desde o início da crise do mensalão. O primeiro foi o do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), cassado pelo plenário da Câmara em 14 de setembro. O segundo é o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, o deputado José Dirceu (PT-SP).
Ao contrário do destino de Jefferson, Queiroz espera ter o mesmo destino de Sandro Mabel (PL-GO), absolvido ontem por falta de provas. A diferença é que o relator do caso Mabel pediu a absolvição no relatório. "Estou muito tranqüilo, não me apropriei do dinheiro", disse Queiroz no início da tarde de ontem, já em casa. "Já fiz o meu depoimento e agora é aguardar."
Do total recebido por Queiroz, R$ 350 mil seriam um repasse do PT para o PTB. O restante, R$ 103 mil, também saiu da conta da SMPB, mas a fonte dessa vez seria uma doação da siderúrgica Usiminas que não foi declarada à Justiça Eleitoral.