Do ponto de vista eleitoral, 2018 é logo ali. Partidos e pretensos candidatos já articulam a montagem de chapas para a eleição de deputados e mexem as peças do xadrez que vão definir os candidatos ao governo do Paraná. Há, entretanto, um ponto fundamental para a definição do cenário que permanece incógnito: quem será o candidato apoiado pelo governador Beto Richa (PSDB).
Mesmo aliados próximos do governador com trânsito privilegiado no Palácio Iguaçu garantem não saber qual – e nem quando – será a sua definição. Há, por enquanto, quatro candidatos na disputa pelo apoio: a vice-governadora Cida Borghetti (PP); o secretário de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior (PSD); o ex-senador Osmar Dias (PDT);e, correndo por fora, o atual secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB).
Cida e Ratinho Junior saem na frente, pelo menos em relação à definição da candidatura.
Ratinho confirma que já está conversando com diversos partidos para lançar a candidatura em 2018, mas diz que este não é o momento de cobrar uma definição de Richa. “Ainda é muito cedo para o governador se posicionar porque muitos de seus aliados têm o nome posto. Isso poderia gerar problemas com a base”, avalia.
A vice-governadora Cida Borghetti também não deixa dúvidas sobre sua candidatura. “Eu coloco meu nome já com o aval do nosso partido, das lideranças nacionais. É uma candidatura que já vem sendo construída”, diz.
Os dois políticos reconhecem a importância do apoio do governo, mas deixam claro que não apostam todas as suas fichas nisso. Tanto Cida quanto Ratinho afirmam estar conversando com diversos partidos, e que, neste sentido, o apoio do governo seria importante para compor a base da candidatura.
Empecilhos aos apoios
Cada um dos aliados de Richa tem pontos que podem dificultar os apoios, apontam fontes ligadas ao governo.
Apesar de Ratinho Junior garantir que a relação com o governador segue boa, e que as informações sobre um rompimento depois da disputa eleitoral em Curitiba seriam factoides do segundo escalão da política, aliados de Richa afirmam que, mesmo no cargo de secretário, Ratinho está distante do governador.
Já contra o apoio à Cida, pesa um receio do grupo do governador de que a vice-governadora e seu marido, o ministro Ricardo Barros, deixem os tucanos sem espaço em um eventual governo. Neste caso, uma hipótese que vem ganhando corpo é a de que Richa não sai candidato ao Senado e permanece no governo até o fim do mandato. Na visão de aliados, se Richa não deixar Cida assumir o governo nos meses que antecedem as eleições, a candidatura da atual vice-governadora desidrataria.
Já no caso de Osmar Dias, que segundo aliados também é candidato certo, os principais empecilhos seriam o histórico de apoio à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o fato de o ex-senador estar filiado ao PDT, partido que lançará Ciro Gomes à presidência com um discurso direcionado aos eleitores de esquerda. Uma solução, neste caso, seria a ida de Dias para o PSB, um dos principais aliados de Richa na Assembleia, que já fez o convite de filiação ao pedetista.
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