Na última semana, o nome do consultor Maurício Ramos Thomaz ganhou repercussão quando ele decidiu impetrar um habeas corpus preventivo pedindo que o ex-presidente Lula não seja preso na Operação Lava Jato. O documento foi protocolado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) sem o consentimento e conhecimento de Lula, que nem sequer é investigado pela Operação Lava Jato.
Natural de Arapongas, no Norte do Paraná, Maurício Thomaz tem 50 anos e o ensino médio completo. Apesar de não ter cursado direito, já ingressou com 145 habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) em favor de terceiros, normalmente sem que os “beneficiados” tenham feito qualquer pedido. “Minha grande vantagem é que eu tenho uma visão matemática do direito e não é comum isso”, diz Thomaz.
O consultor garante que não conhece Lula. “Ele apertou minha mão em 1985, quando eu fui na sede do partido ou no sindicato, não me lembro”, diz. “Minha mente é bastante matemática. Eu calculei, fiz probabilidades e vi que havia uma possibilidade pequena, mas considerável, de que ele [juiz federal Sergio Moro] poderia decretar a prisão [de Lula].”
Na avaliação de Thomaz, “deu tudo certo”. “O Sergio Moro teve que dar declarações chamando o ex-presidente de Excelentíssimo. Então já consegui o que eu queria, que é colocar o Sérgio Moro na defensiva”, explica.
Outras atuações
De acordo com Thomaz, sua primeira atuação foi em 1998, quando libertou um traficante de drogas. “A minha primeira vitória foi em 1998, quando eu tirei o maior traficante da cadeia de graça só pra me vingar do juiz. Todo mundo sabia que ele era culpado”, revela. Naquele ano, Thomaz foi condenado a seis meses e 20 dias de prisão, em regime semiaberto, por difamação veiculada em um jornal do interior de Minas Gerais. Ele voltou a ser condenado em 2001 a 1 ano e 11 meses de prisão em regime aberto pelo mesmo crime.
Durante o julgamento do mensalão, Thomaz também impetrou habeas corpus em favor de vários acusados: Kátia Rabello; Cristiano Paz; Marcos Valério; Roberto Jefferson; Simone Vasconcelos; e Vinícius Samarane. Na Lava Jato, já havia pedido a soltura do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
De acordo com e lei, o habeas corpus pode ser ajuizado por qualquer pessoa,inclusive por pessoas que não são advogados.