Eronildes Vasconcelos, conhecida como Tia Eron, está em seu primeiro mandato como deputada federal. Na próxima semana, pode ser a parlamentar a dar o voto decisivo para o futuro de Eduardo Cunha (PMDB) no Conselho de Ética.
De acordo com a biografia divulgada no site da Câmara, a parlamentar é natural de Salvador e tem o ensino médio incompleto. Já no perfil divulgado pelo PRB, consta a informação de que a deputada é formada em Administração de Empresas e Direito.
Ficou conhecida como Tia Eron quando lecionou na Escola Bíblica Infantil da Igreja Universal do Reino de Deus durante a juventude. Concorreu pela primeira vez ao cargo de vereadora de Salvador em 2000 e foi reeleita em 2004, 2008 e 2012. Já foi filiada aos partidos PFL e DEM, antes de entrar no PRB.
Em 2015, a parlamentar foi eleita presidente do diretório estadual do PRB na Bahia. Tia Eron também é coordenadora nacional do PRB Igualdade Racial.
Além da cadeira no Conselho de Ética, a deputada também faz parte da Comissão de Constituição e Justiça, é membro da Secretaria da Mulher e da Procuradoria da Mulher na Câmara dos Deputados, faz parte da Comissão Mista de Combate à Violência da Mulher e da Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva da Reciclagem no Brasil.
Atuação na Câmara
Entre os projetos de lei apresentados por Tia Eron na Câmara dos Deputados, está o PL 953/2015, que estabelece que caso a candidata eleita seja do sexo feminino, a convocação de uma suplente também será do sexo feminino.
A deputada também tem um projeto de lei que cria um novo mecanismo para coibir a violência doméstica: a adoção de um “botão do pânico” como serviço de fiscalização das medidas protetivas de urgência.
Ela também propôs um projeto de lei que determina a destinação de 40% do Fundo Nacional de Cultura a projetos vinculados à cultura e à arte negras. Outro projeto da parlamentar visa a criação de ações afirmativas para inserção de negros nas empresas participantes de licitação.
Também há uma Proposta de Emenda à Constituição de autoria da parlamentar aguardando parecer na Casa, que atribui à Polícia Federal a apuração dos crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Voto de minerva
O futuro do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começa a ser decidido na semana que vem no Conselho de Ética da Casa. Ele responde a um processo por quebra de decoro parlamentar por supostamente ter mentido aos colegas na CPI da Petrobras ao afirmar não possuir contas no exterior. O voto de minerva que pode decidir o futuro do parlamentar é da deputada Tia Eron (PRB-BA).
A votação que deu sequência ao processo contra Cunha terminou empatada em 10 a 10. O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), rival de Cunha, desempatou a votação e o processo seguiu em frente. Tia Eron ocupa atualmente a cadeira que pertencia ao deputado Fausto Pinato (PP-SP), que deixou sua vaga no Conselho após trocar de partido. Ele era do PRB e votou a favor da continuidade do processo.
Tia Eron apoiou a eleição de Cunha à presidência da Câmara, mas pouco tem se manifestado sobre o processo no Conselho de Ética. Assim que assumiu a vaga no colegiado, fez elogios a Cunha. “É um presidente que fez essa Casa produzir como nunca, que limpou as gavetas de projetos que estavam parados, tem minha admiração e meu respeito. Mas na questão do processo, como julgadora, preciso fazer a análise, fazer a observação de tudo”, disse ela.
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