Histórico
Primeira vitória de tucano foi há 32 anos
Se conquistar mais uma reeleição, Alvaro Dias (PSDB) vai chegar ao quarto mandato como senador. A primeira vitória ocorreu em 1982, quando fez 59% dos votos válidos. O resultado marcou o início de um novo ciclo político no Paraná ao "aposentar" Ney Braga, principal liderança do estado nas duas décadas anteriores e que ficou em segundo lugar, com 39%.
Alvaro exerceu apenas metade do mandato e se elegeu governador, em 1986. Depois, voltou ao Senado em 1998, com 65% dos votos o segundo colocado, Nedson Micheleti (PT), fez 25%. A disputa mais apertada foi a última, em 2006, quando fez 51% dos votos contra 45% de Gleisi Hoffmann (PT).
Em todas as vezes que Alvaro concorreu havia apenas uma cadeira paranaense em disputa. Cada estado tem direito a três vagas na Casa em uma eleição há a oferta de uma vaga e, na subsequente, de duas. Todos os senadores têm mandatos de oito anos.
A três meses das convenções partidárias, a disputa pelo Senado no Paraná é uma incógnita. Apenas dois nomes garantem que não vão abrir mão da pré-candidatura à única vaga em jogo o senador Alvaro Dias (PSDB) e o deputado federal Eduardo Sciarra (PSD). A principal expectativa é quanto à decisão de Osmar Dias (PDT), que prometeu anunciar se participa da eleição no dia 20.
Uma quarta opção pode sair do PMDB, caso o senador Roberto Requião seja lançado a governador. O partido também cogita uma alternativa para, em caso de coligação com Beto Richa (PSDB) na corrida pelo Palácio Iguaçu, ter candidato próprio ao Senado. Nesse caso, segundo interpretação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), todas as legendas da chapa de Richa precisariam aceitar ter candidaturas isoladas a senador ou ficar fora do pleito. "Não tenho ideia de quem vou enfrentar", afirma Alvaro. O tucano diz não acreditar na hipótese de precisar concorrer contra o irmão, Osmar. "No dia 20 isso se resolve."
Encontros
Nas últimas duas semanas, Osmar teve encontros com a senadora Gleisi Hoffmann (PT), pré-candidata ao governo, e o vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT). Vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, ele precisa deixar o cargo até 5 de abril para poder participar da eleição.
Em entrevista à Gazeta do Povo no dia 24 de fevereiro, o pedetista disse que havia um "movimento para que ele fosse candidato ao Senado", mas que só se pronunciaria no dia 20 de março. O "movimento" é puxado pela presidente Dilma Rousseff, como uma tentativa de fortalecer a chapa de Gleisi.
"A minha posição continua a mesma de seis meses atrás. Se o Osmar for candidato, meu nome está à disposição", diz Vargas. "Há um entendimento de que precisamos ter um nome para enfrentar o Alvaro, que é favorito, mas já deixou há muito tempo de ter relação política com o mundo real do Paraná", complementa. O petista, por outro lado, é cotado como um dos principais nomes do partido para concorrer à presidência da Câmara, em fevereiro de 2015, caso seja reeleito.
Terceira via
Presidente do PSD no Paraná, Sciarra afirma que há espaço para nomes de uma terceira via tanto ele para o Senado quanto o colega de partido e empresário Joel Malucelli para o governo. "A candidatura do Joel está de pé e a minha também. Temos inclusive conversado com alguns partidos que poderiam ocupar a vaga de vice", diz o deputado federal. Na lista de possíveis aliados estão PV, PHS, Pros, PCdoB e Solidariedade.
No PMDB, o deputado federal Marcelo Almeida diz que será pré-candidato a senador se Requião conseguir vencer a disputa interna para ser candidato a governador. A corrente majoritária da legenda, contudo, é favorável a uma aliança com Beto Richa. Nesse caso, haveria chance de composição com outros nomes interessados no Senado como o ex-governador Orlando Pessuti e o suplente de Gleisi, Sérgio Souza.
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