O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), saiu em defesa da presidente Dilma e fez críticas à troca de liderança do partido na Câmara dos Deputados, o que considerou um gesto “de violência”.
Um dos prefeitos a assinar manifesto contrário ao impeachment da petista, Paes reconheceu que o partido do vice Michel Temer “nunca escondeu sua vontade de estar no poder”, mas cobrou serenidade da legenda.
“Quero crer -não posso acreditar [em algo] diferente disso, e o próprio presidente Michel Temer também tem essa história- de que não há ninguém, ou pelo menos a maioria do PMDB, voltado para essa tentação de tomar o poder sem que seja pela via do voto popular”, disse ele após encontro de cerca de duas horas com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada.
“Todos nós defendemos que o PMDB tenha candidato em 2018”, emendou. Ele preferiu não fazer críticas diretas ao colega de partido, Eduardo Cunha (RJ), que aceitou o pedido de impeachment de Dilma, mas buscou afastar o deputado da imagem da legenda. “Cunha é muito mais presidente da Câmara do que quadro do PMDB hoje”.
“MÃO GRANDE”
Paes também fez críticas incisivas à troca de liderança do PMDB na Casa, motivada por grupo pró-impeachment. No lugar de Leonardo Picciani (RJ) assumiu Leonardo Quintão (MG). “Ele [Quintão] deveria ter disputado a eleição em fevereiro. Tem uma certa ação que eu chamaria de mão grande, que me parece ruim também para a história do PMDB.”
Paes alfinetou a bancada do partido na Câmara (“que não emociona ninguém”) diante da tentativa do grupo de “apear a presidente Dilma do poder”. Ele faz referência ao grupo de oposição na legenda, interessado em ver o processo de impeachment ganhar corpo. “A gente precisa ter posição neste momento: o PMDB está a favor da democracia ou quer definir um autoritarismo, defendendo um... Não vou usar a expressão golpe, ou algo parecido com isso?”, questionou.