O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse ao senador Renato Casagrande (PSB-ES) por telefone na tarde desta quinta-feira (28) que, por enquanto, está suspenso o convite feito a ele para ser relator do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Quintanilha alegou a Casagrande que precisa avaliar ainda se há alguma irregularidade jurídica no processo antes de nomear o relator.
Casagrande já havia aceitado o convite, mas não conseguia informar a decisão ao presidente do conselho. "Ele me disse que, antes de nomear o relator, precisa consultar a assessoria jurídica para avaliar se há problemas. Cabe a ele explicar", disse Casagrande.
Segundo o G1 apurou, Quintanilha estava sendo pressionado pelo PMDB a recuar do convite depois que Casagrande disse aos aliados de Renan que pretende defender o aprofundamento das investigações.
O presidente do Conselho de Ética vinha evitando falar com Casagrande em busca de uma solução. Quintanilha estudava, entre outras coisas, suspender o convite, alegando que precisa estudar o processo contra Renan, ou até mesmo indicar uma comissão de três relatores, como querem os aliados do presidente do Senado. Quintanilha deixou o Senado para o almoço, mas ainda não retornou e nem se manifestou sobre o assunto. Irritação
Casagrande se irritou com a postura de Quintanilha de convidá-lo publicamente na sessão que o elegeu presidente do conselho na noite de quarta (27). O senador do PSB já havia se manifestado contra o arquivamento do processo contra Renan e disse que não poderia mudar de posição ao assumir a relatoria.
O recado foi dado em reunião nesta manhã aos líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), do PMDB, Valdir Raupp (RO), e do PT, Ideli Salvatti (SC). Antes do encontro com os líderes, Casagrande encontrou-se com os deputados Ciro Gomes (PSB-CE) e Márcio França (PSB-SP) e recebeu dos colegas respaldo para defender a continuidade das investigações.
Acusado de receber ajuda de um lobista para pagar despesas pessoais, Renan negou nesta quinta que tenha vetado o nome de Casagrande para ser relator do processo. "Isso não é problema meu, é do Conselho de Ética. É o conselho quem vai designar o relator ou relatores", afirmou. "Quem resolve isso é o conselho. Cabe ao conselho e não ao presidente do Senado", ressaltou. "O conselho tem autonomia e cabe a ele decidir", disse o presidente do Senado.
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