Professores protestam em frente à Assembleia: mobilização pela manutenção dos direitos adquiridos| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Depois de 15 anos, os professores da rede estadual deflagraram uma greve para evitar que direitos conquistados sejam suprimidos pelo poder público. A última mobilização neste sentido foi em 2000, quando a categoria lutou contra algumas propostas do então governador Jaime Lerner.

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Naquele ano, o governo estadual tentou pôr em prática algumas medidas que, segundo os professores, feriam a categoria e colocavam em perigo o funcionalismo público. "Ele queria pôr fim à realização de concursos públicos, passar os servidores concursados para que fossem regidos pela CLT e ainda nomear os diretores dos colégios", conta o professor e ex-diretor da APP-Sindicato, Miguel Baez.

A greve de 2015, que conta com 100% de adesão neste início de ano letivo, tem características parecidas. "Se em 2000 a gente entrou [em greve] para garantir os direitos dos professores, agora estamos na mesma situação, que é impedir a aprovação do pacote de austeridade do atual governo e que fere nossas conquistas", compara Baez.

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Em 2000, a paralisação durou cerca de dois meses. Alguns professores, inclusive Baez, fizeram greve de fome. "Ficamos 15 dias sem comer. Saí de lá e fui direto para o hospital", relata. No ano seguinte, outra greve foi realizada porque algumas das promessas de Lerner, segundo os professores,não foram cumpridas.

96 dias

Antes dos anos 2000, os professores ficaram durante uma década sem realizar nenhuma grande greve. A última havia sido em 1990, quando o governador era Alvaro Dias. Essa é considerada a maior paralisação já realizada pela categoria no Paraná. Segundo Baez, que também participou da mobilização, foram 96 dias de greve.

"Foi a greve mais duradoura dos professores no Paraná", destaca. O professor de História, Adão Xavier diz que, apesar de a categoria não ter conseguido grandes avanços, a mobilização mostrou a união dos professores.

1988

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O ato de 1990 foi um resquício da paralisação de 1988, considerada pela categoria como um dos eventos mais importantes da história dos professores estaduais. Naquele episódio, a violência marcou o ato. Policiais avançaram com cavalos, cães e bombas de efeito moral contra uma multidão de docentes que protestava por melhores salários e condições de trabalho na Praça Nossa Senhora de Salette, em Curitiba. A repressão deixou dez pessoas feridas e resultou na prisão de cinco manifestantes. "Muita bomba e tiro em nossas direções. Era uma selvageria. Muitos colegas ficaram feridos", relata Baez, que chegou a ser alvo das agressões dos policiais.

Seis

Esse é o número das grandes greves dos professores da rede estadual no Paraná após o período da redemocratização do país: 1988, 1990, 2000, 2001, 2014 e 2015.

Ano passado

Em 2014, os professores da rede estadual chegaram a fazer uma greve que durou perto de uma semana. Após acordo com o governo do estado, a mobilização foi interrompida.

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