Os R$ 50 bilhões que a presidente Dilma Rousseff anunciou para investimentos em mobilidade urbana não serão suficientes para atender aos projetos já apresentados por governadores e prefeitos, cujo custo chega a R$ 57,5 bilhões Para que a conta feche, portanto, alguns projetos terão de ser descartados.
O anúncio dos recursos foi feito no dia 24 de junho, quando os 27 governadores foram chamados ao Palácio do Planalto para a apresentação dos cinco pactos propostos por Dilma para responder às manifestações que, nas semanas anteriores, haviam tomado as ruas das principais cidades do país. Desde então, políticos e gestores têm feito romaria ao Ministério do Planejamento para apresentar projetos e obter dinheiro.
A cota dos R$ 50 bilhões se esgotou nos três primeiros dias de reuniões. No início de julho, os ministros Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades) receberam representantes de governos estaduais e de prefeituras de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Apenas eles apresentaram projetos de transporte público urbano, num montante que soma R$ 52 bilhões.
São Paulo
Dilma esteve em São Paulo ontem, onde anunciou um pacote de R$ 8 bilhões para obras na cidade de São Paulo. Desse valor, R$ 3,1 bilhões vão para a área de mobilidade urbana. O dinheiro será responsável por cumprir 66% da meta de entregar 150 quilômetros de corredores de ônibus até 2016.
Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff aproveitou para alfinetar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que não estava presente. Ao lado do prefeito Fernando Haddad (PT), Dilma cobrou mais investimentos no metrô, de responsabilidade do governo do estado.
"Como é possível ter uma cidade de São Paulo sem metrô? É a cidade, talvez, com a menor proporção de metrô do mundo. O governo federal está empenhado em investir em metrô e VLP [Veículos Leves sobre Pneus]", disse.
Além dos R$ 3,1 bilhões destinados à projetos de mobilidade, R$ 2,2 bilhões serão destinados à recuperação de mananciais, R$ 1,5 bilhão irá para projetos habitacionais e R$ 1,4 bilhão para obras de combate à enchentes.
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