Pelo menos R$ 84,6 milhões foram desviados das obras da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Paraná, de acordo com a denúncia do MPF apresentada nesta segunda-feira (16). De acordo com o procurador do MPF Deltan Dallagnol, foram dez atos de corrupção identificados na refinaria parananense. Além disso, o MPF identificou cerca de R$ 226,8 milhões de lavagem de dinheiro relacionados com a obra. Segundo o MPF, o desvio de recursos e a lavagem de dinheiro envolvendo a Repar ocorreram de duas formas. Na primeira, o Consórcio Interpar – formado pelas empresas MPE, Mendes Junior e Setal – repassou R$ 11 milhões à empresa Auguri, de Júlio Camargo, referentes a um contrato de prestação de serviços fictícios. A seguir, o dinheiro foi enviado ao exterior através da empresa Pimenonte, também de Júlio Camargo. O dinheiro chegou a contas de Mário Goes, que operacionalizou o repasse a Renato Duque e a Pedro Barusco. Na segunda operação, o MPF identificou um repasse de R$ 111 milhões do Consórcio Interpar para empresas de Augusto Mendonça. As empresas de Mendonça fizeram um repasse de
R$ 20 milhões para empresas de fachada controladas pelo doleiro Alberto Youssef, que operacionalizou o repasse para o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Outra parte, cerca de R$ 4,2 milhões, foi repassada diretamente ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, enquanto R$ 36,4 milhões foram repassados a empresas de Adir Assad, que operacionalizou recursos para o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e para o ex-gerente Pedro Barusco. (KK)
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