O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse nesta terça-feira que o radar registrou a mudança de altitude do jato Legacy de 37 mil pés para 36 mil pés, o que mostra que os pilotos do jato que colidiu com o Boeing da Gol seguiram o plano de vôo pelo menos até parte da viagem. Mas o ministro explicou que o radar não tem tanta precisão quanto o transponder, que é o equipamento que poderia estar sem funcionar na hora do acidente. Waldir Pires disse ainda que as informações não são conclusivas e que é preciso ainda esperar a finalização da investigação.

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- Nós vamos ter que aguardar para dar as informações mais corretas e precisas, o que está na caixa-preta. Eu posso lhe dar a informação é de que depois de estar voando em 37 mil pés quando se aproximou de Brasília, cumprindo, portanto, seu plano de vôo, o radar sinaliza ele entrando em 36 (mil pés). Ele recebeu essa instrução: quando se aproximar de Brasília desce para 36 (mil pés), depois um pouco mais adiante sobe para 38 (mil pés) e viaja em 38 (mil pés) no restante, até Manaus. De modo que na cabeça, digamos assim, do pessoal de terra ele estava a 36 (mil pés) - disse o ministro.

Segundo o ministro, a Aeronáutica ainda mantém a tese de que não houve falha dos controladores.

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- Evidente que não houve falha. Porque na realidade o plano de vôo tem que ser seguido. E se houve alguma pane de equipamento, o que deve haver é uma comunicação imediata do piloto no sentido de dizer 'nós estamos em pane do transponder - explicou Pires.

A Aeronáutica informou que desconhece o diálogo em que o Legacy teria recebido autorização da torre para permanecer a 37 mil pés de altitude, a mesma do Boeing da Gol. Segundo a Agência Estado, a autorização teria sido dada a 55 Km do ponto em que o Legacy deveria baixar para 36 mil pés. A Aeronáutica disse ainda que todos os dados técnicos do vôo, que estavam na caixa-preta foram preservados, apesar de ela ter sido danificada na queda da aeronave da Gol, que vitimou 154 pessoas no dia 29 de setembro. O Boeing 737-800 colidiu com um jato Legacy no norte do Mato Grosso, se transformando na maior tragédia da aviação comercial brasileira.

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