Separatistas linha-dura da Liga do Norte italiana, que busca autonomia para a rica região norte da Itália, ocuparam a sede do partido nesta segunda-feira e acusaram os líderes partidários de "vender" o movimento em meio a uma confusa eleição geral.Cerca de 20 pessoas ocuparam a sede da Liga, onde jornalistas acompanhavam a eleição - uma disputa voto a voto entre a coalizão de centro-esquerda e a aliança de centro-direita que governa o país, e da qual a Liga Norte faz parte.

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Gritando "secessão", "vendidos" e "renunciem", os manifestantes acusaram seus líderes de adotar uma postura muito amena em relação à independência do norte - escrita no estatuto do partido como uma de suas exigências - em troca de cargos no governo.

O grupo era liderado por Max Ferrari, ex-chefe do canal de televisão do partido, TelePadania. Ele foi demitido na segunda-feira por causa de sua participação nos protestos separatistas.

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- Fomos todos marginalizados. Se eles não nos querem eles deviam, pelo menos, falar isso claramente - disse Ferrari a jornalistas enquanto seus simpatizantes cantavam coros contra o sul da Itália, região mais pobre do país. - Representamos 80 por cento do movimento, aqueles que querem secessão e independência, não as alianças submissas com (o primeiro-ministro Silvio) Berlusconi - acrescentou.

Os manifestantes ocuparam a sede do partido num momento que em que a disputa eleitoral está bastante equilibrada, com institutos de pesquisas apontando resultados distintos.

Os membros da Liga do Norte mantêm as pastas da Reforma, da Justiça e do Bem-Estar no governo de centro-direira de Berlusconi. Recentemente eles fizeram campanha baseada numa plataforma contrária à imigração e ao casamento entre homossexuais, deixando de lado a reivindicação por autonomia.

O ex-ministro das Reformas Roberto Calderoli renunciou neste ano depois de mandar imprimir camisetas com as caricaturas do Profeta Maomé, que geraram revolta em muçulmanos de todo o mundo.

Os resultados parciais dão à Liga do Norte cerca de 5 por cento dos votos para a câmara baixa, contra 3,9 por cento na última eleição, em 2001.

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