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Seis dias após ser solto, o policial civil Délcio Augusto Rasera se apresentou ontem ao juiz Gaspar Luiz Mattos de Araújo Filho, de Campo Largo. O investigador, acusado de chefiar um esquema de escutas telefônicas clandestinas, voltou para a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Curitiba, onde estava preso desde o dia 5 de setembro.

O investigador chegou ao fórum às 17 horas, a bordo de um Jaguar, veículo importado, verde metálico, dirigido por seu advogado, Luiz Fernando Comegno. Deixou o prédio da Justiça em uma viatura do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

O advogado de Rasera entrou ontem mesmo com um pedido de revogação da prisão do policial. O juiz de Campo Largo negou. "A minha decisão é de que ele ficará preso até o fim do processo", afirmou Araújo Filho.

O policial aguarda agora o julgamento de um pedido de habeas-corpus feito ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para ser solto. Comegno espera que a decisão saia hoje."O STJ é uma instância superior e, se decidir pela soltura, vamos cumprir", disse o juiz.

Segundo Araújo Filho, a Justiça espera que as testemunhas de defesa no caso recebam as cartas de convocação para prestar depoimento. A data ainda não está definida.

Falha

Rasera foi solto no último dia 22, por um alvará da 5.ª Vara Criminal de Curitiba. Segundo o advogado, no período em que ficou em liberdade, o policial viajou para Aparecida, interior de São Paulo, para pagar promessa que tinha feito caso saísse da prisão. Como ele responde a outro processo, em Campo Largo, a soltura foi irregular.

Para o advogado do policial, houve uma seqüência de falhas do Poder Judiciário. E o reflexo desses erros, diz ele, recaiu sobre Rasera. "Mais uma vez ele está pagando um preço que não deveria", disse Comegno. "O oficial de Justiça vai lá e diz que ele tem de ser posto em liberdade. Ele sabe que tem mandado de prisão, mas vai fazer o que?", afirmou.

O advogado ressaltou que Rasera não estava foragido. "Ele se reapresentou porque não pode ficar nessa situação. Ele tem 25 anos de serviço público e tem direito a provar que é inocente". Ao ser preso, o policial estava cedido à Casa Civil, do governo do estado.

Segundo Comegno, a confusão foi uma "armação" para prejudicar seu cliente. "Qual a vantagem que o Rasera levou com tudo isso? Nenhuma. Foi execrado mais uma vez publicamente. Pressionaram contra o habeas-corpus. Só o prejudicaram."

Na análise do advogado, o primeiro erro foi cometido pelo "pessoal de Campo Largo", que não comunicou a Vara de Execuções Penais (Vepe) sobre o primeiro mandado de prisão. "Depois, foi a Vepe que errou, porque sabia que ele tinha mandado de prisão em Campo Largo, o que era público e notório, e não teve o cuidado de ver isso. E o terceiro erro está com a acusação, o Ministério Público, que fica tentando imputar ao Rasera algo que ele não fez", disse ele.

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