A defesa da ex-diretora do Banco Rural Ayanna Tenório destacou em sua exposição no Supremo Tribunal Federal (STF) que ela não atuava na área financeira do banco. O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira disse que ela só entrou no banco em abril de 2004, após a concessão dos empréstimos que alimentaram o esquema do mensalão, e que a formação dela era na área de recursos humanos. Para ele, Ayanna foi incluída na denúncia apenas pelo cargo que ocupou.
"Ayanna está sendo responsabilizada pelo organograma. É responsabilidade de papel, não de conduta. Rigorosamente não há nada mais do que isso", afirmou.
Mariz destacou que a única reunião de renovação de empréstimos que ela participou foi dois meses após a sua entrada no Rural e que ela teria apenas acompanhado os colegas. Destacou ainda que o próprio Ministério Público reduziu de 65 para três as acusações de lavagem de dinheiro. Ele destacou que essas três ações são saques em espécie, dos quais ela não tinha conhecimento. Enfatizou que não haveria nos autos nenhuma acusação direta de conduta delituosa de Ayanna. Classificou a acusação de "kafkaniana", em referência à obra de Franz Kafka na qual uma pessoa é condenada sem saber a acusação.
O advogado concluiu pedindo a absolvição para minimizar o sofrimento de sua cliente. "Encerro pedindo que absolvam Ayanna Tenório. Acho que o sofrimento é indelével. A pena da execração pública é perpetua e cruel, mas a absolvição minimizará seu sofrimento e dará a ela condições de voltar ao mercado de trabalho, visto que ela hoje conta com sua consultoria sobrevivendo quase que à míngua".
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