O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta quarta-feira (9) que o plano de cargos e salários que a Casa está preparando para seus servidores vai ter um impacto de 8,7% no orçamento do Senado, que segundo o Portal de Transparência da Casa é de R$ 3,1 bilhões para 2010. A Mesa Diretora tentou votar a proposta nesta tarde, mas não houve unanimidade.
A proposta de reajuste foi elaborada pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário do Senado, mas não teve revelada os detalhes de como será aplicada a alteração nos salários dos servidores.
Antes de anunciar o impacto, Sarney admitiu não conhecer detalhes do projeto, apesar de ter assinado a proposta, aprovando um relatório de Heráclito Fortes, que trata do tema. Segundo o presidente do Senado, o projeto só não foi aprovado pela Mesa e encaminhado para o plenário porque Marconi Perillo (PSDB-GO) e Serys Shlessarenko (PT-MT) não assinaram.
"Não posso dizer com precisão porque isso foi elaborado pelo relator. Eu assinei aprovando em confiança com o relator e fui informado que o impacto orçamentário será de 8,7%", afirmou Sarney.
Se os dois senadores que não assinaram mantiverem sua posição, Sarney diz que convocará uma nova reunião sobre o tema. Sarney defendeu pressa para a votação do tema. "Minha posição era votarmos conjuntamente os planos da Câmara e do Senado". O plano da Câmara prevê reajuste médio de 15% e, em alguns casos, o aumento de salário passa de 30%.
Sarney afirmou que o plano pode ser votado antes da reforma administrativa prometida pelo Senado, que prometia cortar custos, porque "uma coisa não tem nada a ver com a outra".
O presidente do Senado não vê problema em se votar antes da reforma que promete cortes de gastos um projeto que, na prática, dá aumento para os servidores. "Uma coisa não tem nada a ver com outra. Plano de cargos e salários é circunstancial, a reforma é estrutural, é definitiva. Não tem nenhuma relação".
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