Os parlamentares deverão aprovar o aumento no valor de seus próprios salários até o final do ano. O vice-presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT-RS), propôs a criação de um grupo de trabalho para analisar as propostas em discussão. A pressão na Casa é para equiparar os salários dos parlamentares com o dos ministros do Supremo Tribunal Federal, atualmente de R$ 26,7 mil. No entanto, há um projeto na Câmara, enviado pelo Supremo Tribunal Federal e a espera de votação pelos deputados, elevando esse valor para R$ 30,6 mil.
"O tema dos salários está na pauta. Há intenção dos líderes de pautar o tema até o final do ano, mas não há ação mais concreta", afirmou Maia. Ele disse que a proposta é fazer o reajuste salarial dentro do orçamento da Casa. Para isso, uma das sugestões é reduzir os R$ 60 mil da verba de gabinete que cada deputado tem para pagar funcionários contratados sem concurso público.
Para evitar críticas e desgaste político, outra alternativa em estudo pelos deputados é o corte de parte dos benefícios, como as verbas usadas com passagens aéreas e com telefone. A equiparação dos salários dos parlamentares com os dos ministros do STF significa um aumento de 61,83%.
Junto com o salário dos parlamentares, a ideia é também elevar o salário dos ministros e do presidente da República, atualmente de R$ 11.420,21 brutos, o menor salário entre os chefes dos Três Poderes. Deputados e senadores recebem R$ 16,5 mil por mês. Os ministros, R$ 10,4 mil. Em 2007, os parlamentares reajustaram seus salários em 28,5%, porcentual que repunha a inflação acumulada de quatro anos. Foi o último aumento concedido ao presidente e ministros.
O reajuste salarial foi discutido em almoço do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), com os integrantes da Mesa Diretora, depois da manifestação dos líderes partidários a favor do aumento, na terça-feira, em reunião para tratar da pauta de votação da Câmara.
No Senado, o primeiro-secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), também defendeu a votação e um projeto de reajuste salarial. "Não pode dar um aumento estratosférico, mas não pode viver sem reajuste", disse. Sem citar números, o diretor da Casa, Haroldo Tajra, disse que há espaço no orçamento para aprovar o reajuste.