O reajuste do salário dos vereadores de Curitiba, aprovado na Câmara nesta semana, causou duas saias-justas. A primeira veio quando Professor Galdino (PSDB) disse que era contra. Foi hostilizado por vários colegas, que o chamaram de hipócrita. Depois, quando foram registrados dez votos contrários ao reajuste, a Mesa Executiva ofereceu aos vereadores que eram contrários a possibilidade de abrir mão do valor adicional – 6,74%, o equivalente à inflação do ano. Pelo menos em plenário, só Chicarelli (PSDC - foto) assinou.
Pelo amor de Deus, nós não estamos falando de oposição ou situação, mas de pessoas feridas. O que vocês têm na cabeça? Precisa de um corpo aqui, pra verem como é que funciona?
Desaparecidos
Só no último dia 28 de abril, o secretário de segurança pública do Paraná Fernando Francischini fez quatro postagens no Facebook. Ele falou sobre a captura de um acusado de latrocínio; sobre o velório de um policial morto em serviço; compartilhou uma matéria sobre mortes a tiro no Brasil; e por fim defendeu o direito de as pessoas portarem arma como autodefesa. É comum que o secretário sempre se manifeste, seja por meio de entrevistas ou pela internet. No entanto, este foi o último dia que Francischini se publicou na rede social. No dia seguinte, 29 de abril, aconteceu a guerra campal no Centro Cívico, em Curitiba, em que mais de mil policiais reagiram com violência a uma manifestação de professores contra a reforma da previdência estadual. Mais de 200 pessoas ficaram feridas no confronto. Procurado incessantemente por veículos de imprensa desde então, Francischini manteve-se silencioso. Até hoje, não falou nada sobre o episódio.
Desaparecidos 2
A mesma reclusão foi vista com os perfis do governador Beto Richa (PSDB) nas redes sociais, que não são atualizados também desde a última terça-feira. Richa falou à imprensa depois do episódio, mas sempre defendendo o trabalho da polícia. Disse que os agentes agiram com violência para proteger as próprias vidas.
Condolências?
Segundo o jornal Paraná Portal, o governador Beto Richa (PSDB) telefonou para o cinegrafista da Band Luiz Carlos de Jesus, que foi mordido por um pit bull dentro da Assembleia Legislativa, durante a confusão do último dia 29. O governador teria lamentado o ocorrido e perguntado como estava a recuperação. As imagens da mordida foram filmadas pelo próprio cinegrafista. O cão grudou em sua perna e Jesus teve que ser levado às pressas para um hospital. Ele passou por cirurgia. A um programa de tevê, o cinegrafista diz que não culpa a PM porque os cachorros já estavam irritados por causa do barulho das bombas.
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Você tem fotos ou vídeos de alguma agressão ou abuso de força durante a repressão ao protesto de professores no Centro Cívico no último dia 29 de abril? O Ministério Público do Paraná precisa delas para embasar a investigação sobre os excessos da Polícia Militar na ocasião. Os materiais podem ser enviados para o e-mail denuncias29deabril@mppr.mp.br.