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O jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior criticou nesta quarta-feira o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e o corregedor da casa, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), por defenderem a inexistência do mensalão e punições brandas aos parlamentares que tenham utilizado caixa 2. De acordo com o jurista, que participou em São Paulo do lançamento do movimento "Da indignação à ação", se não houver apuração das denúncias e punição dos culpados o desencanto com a democracia será muito grande.

- É altamente preocupante as declarações do presidente da Câmara e hoje do corregedor da Câmara quando os fatos estão em meio a apuração, quando há dados importantíssimos que estão sendo levantados, de ordem documental. E o presidente da Câmara se antecipa para dizer que deve haver apenas aplicação de punições brandas, e como presidente da casa onde há três comissões investigando, antecipa juízo de valor e sentença. Por isso a sociedade precisa estar arregimentada. Se não houver apuração e punição, a desilusão, o desencanto da população com a democracia será muito grande - disse Reale Júnior.

Na véspera, Severino fez um pronunciamento em que se defendeu da acusação de tentar impedir a cassação de parlamentares que receberam dinheiro do empresário Marcos Valério. Severino disse que não há "operação abafa nem pizza" e acusou algumas pessoas de darem declarações de má-fé que desvirtuam o regimento da Câmara.

Severino repetiu que o regimento diz que os pedidos de cassação feitos pelas CPIs têm que passar pela Mesa da Câmara, depois seguem para a Corregedoria, que emitirá parecer, só então voltando à Mesa, que decide se envia o pedido ao Conselho de Ética. Severino reafirmou que vai ser o árbitro do processo e que está no comando da Câmara.

- Não sou leviano, nem irresponsável e muito menos desequilibrado. Aqueles que pensam que deixarei levar inocentes ao cadafalso só por desvario de ouvir soar as trombetas eu não deixarei - afirmou.

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