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Atualizado em 17/05/06, às 20h05

Oito policiais militares e três presos ficaram feridos após a rebelião na Cadeia Pública Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais, na manhã desta quarta-feira. O motim foi controlada por volta de 9h, depois de quase quatro horas de tensão.

Rodrigo dos Santos, conhecido como Coiote, levou um tiro nas costas e está internado no hospital Bom Jesus. O hospital informou que foi feita uma drenagem de tórax para retirada de sangue e que Santos não corre risco de morte. A bala continua alojada no corpo do preso, mas, a princípio, não é preciso intervenção cirúrgica para retirada do projétil. Um preso se feriu ao tentar fugir por um túnel e outro foi espancado pelos detentos.

O motim, o oitavo no Paraná desde o início da onda de violência que atinge, principalmente a cidade de São Paulo, começou por volta de 5h30min da madrugada desta quarta-feira. Cerca de 250 presos se rebelaram após uma tentativa frustrada de fuga. A cadeia tem capacidade para 112 presos, mas no momento comportava 260.

Plano de fuga

Segundo o cabo Bladimir, da Polícia Militar de Ponta Grossa, dois presos cavaram um túnel e tentaram fugir, mas foram vistos e dominados pela guarda externa da cadeia. Na tentativa de fuga, Coiote foi atingido pelas costas. Pouco depois, a polícia encontrou e prendeu duas mulheres, na rua que dá acesso à cadeia, dentro de um carro. As duas teriam confessado participação no plano de fuga. De acordo com a polícia, uma das mulheres era irmã e a outra namorada dos presos que tentavam fugir.

Apreensões

Após controlada a rebelião, a polícia conduziu os presos para o solário – pátio interno – e iniciou operação "pente-fino". Dezenas de aparelhos eletrônicos foram recolhidos, assim como estoques – armas improvisadas – com ferros de construçãoretirados da própria estrutura de concreto, entre outros materiais proibidos de circular no interior da cadeia. Um telefone celular estava jogado no corredor da segunda galeria e o proprietário não foiidentificado.

Na cadeia, 60% dos presos respondem pelo crime de tráfico de drogas. Não há integrantes da organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), que seria o mentor da onda de violência que atinge São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Ação policial

O subcomandante do 1º Batalhão, major Francisco Ferreira de Andrade Filho, disse que o plano de fuga incluía 90 presos e que a ação da polícia foi rápida. "Essa rebelião não foi parecida com essas que estão acontecendo. Aqui foi uma ação isolada, tanto é que os presos não fizeram exigências. Foi uma ação rápida da polícia que evitou maiores danos", disse.

De acordo com a nota divulgada no início da tarde desta quarta-feira, a polícia vai levantar os estragos causados com a rebelião e solicitar, com a máxima urgência, a remoção de parte dos presos, visando diminuir a superlotação, que é umdos principais problemas enfrentados pelo complexo.

O documento diz ainda que os irmãos gêmeosMarcos Lopes Ferreira e Márcio, condenados por homicídios, roubo e assaltos à mão armada, foram identificados como líderes do motim e devem ser ouvidos esta tarde.

Rebelião em São José dos Pinhais

Nesta terça-feira (16), um grupo de 31 presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, se rebelou e manteve durante cinco horas o agente penitenciário Rafael Leal como refém. Depois de cerca de cinco horas de negociação o agente não sofreu nenhum tipo de ferimento, mas três presos ficaram levemente feridos.

Em entrevista à rádio CBN, o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, reconheceu que a rebelião em São José dos Pinhais, teria ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa paulista, que seria o mentor da onda de violência que atinge São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Onda de violência

Esta é a oitava rebelião no Paraná desde o início da onda de violência que atinge, principalmente, a cidade de São Paulo desde o fim de semana.

O caso mais grave no Paraná aconteceu na Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu, na região Oeste. Mais da metade dos presos fizeram seis reféns, entre eles um carcereiro. Além de Foz e Ponta Grossa, ocorreram rebeliões em Umuarama, Campo Mourão, Toledo, Cascavel e Assis Chateaubriand.

Saiba como foram as outras rebeliões em cadeias do Paraná

INTERATIVIDADE

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