Em visita à Caixa Econômica Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta sexta-feira o fato de o banco assumir no dia 12 toda a tecnologia de administração de jogos e casas lotéricas. Lula lembrou que a Caixa vai fechar o ano com lucro e afirmou que isso é um argumento para rebater os que defendem a privatização dos bancos públicos. Para Lula, a partir de agora ninguém mais vai falar de privatização da Caixa.
Apesar de um ser um evento previsto na agenda de presidente, a visita à Caixa teve contornos de campanha. Lula foi recebido por funcionários fora do prédio com gritos de "Olê olê olá" e também foi aplaudido dentro da Caixa. Ao visitar algumas salas, Lula cumprimentou funcionários e tirou fotos como um verdadeiro candidato. Depois assistiu a apresentação da presidente da estatal, Maria Fernanda Ramos Coelho, sobre o balanço do primeiro semestre do banco e almoçou no local.
- A Caixa esteve para quebrar muitas vezes. Lembro que os privatistas publicaram manchetes e mais manchetes de que a Caixa e o Banco do Brasil tiveram déficit. Agora é importante que vocês se orgulhem de que a Caixa fez muito mais do que em toda sua história. Está cuidando do povo pobre e não está fechando no vermelho. Agora sairá da cabeça de qualquer brasileiro (a idéia de) que esse banco tenha que ser privatizado - disse Lula, acrescentando que a Caixa não é uma casa de favores, e sim, de captação e empréstimo de recursos.
Sem nominar a multinacional Gtech, responsável pela operacionalização das loterias da Caixa e que foi investigada por suspeita de favorecimento em seus contratos com o governo, Lula disse que a nova tecnologia foi desenvolvida por brasileiros e que, assim, o governo não fica dependente de empresas estrangeiras. O contrato com a Gtech termina no dia 12.
- Não temos que ficar dependendo de empresas que não são brasileiras ou que não têm a mesma responsabilidade de um funcionário de carreira da Caixa - disse Lula.
Lula disse que gostaria que a Caixa tivesse agência até na Nigéria e lamentou que os brasileiros que vivem no exterior não possam mandar suas economias para o Brasil por meio de bancos como a Caixa porque "são extorquidos", sendo obrigados a pagar altas taxas, segundo ele.
Em nenhum momento da visita houve qualquer referência ao fato de essa ter sido a primeira visita de Lula à Caixa depois da quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa numa das agências da estatal, episódio que levou à demissão de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda e de Jorge Mattoso da presidência da estatal.
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