Receita Federal abriu investigação para apurar as denúncias financeiras em torno da Operação Lava Jato.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Receita Federal abriu processos de fiscalização contra parlamentares investigados pela Operação Lava Jato, dentre os quais o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os auditores estão analisando as movimentações financeiras dessas autoridades. Eduardo Cunha já foi informado de que é um dos alvos da apuração. O presidente da Câmara foi denunciado pela Procuradoria-geral da República (PGR) por corrupção e lavagem de dinheiro, crimes, segundos os procuradores, decorrentes do esquema de corrupção da Petrobras.

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Um dos delatores do esquema, o lobista Fernando Soares afirmou que o deputado recebeu cerca de R$ 5 milhões em espécie, em seu escritório no Rio, além de crédito de R$ 300 mil em horas de voo em jato particular. Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirma que o dinheiro era fruto de desvio de verbas de contratos para a fabricação de navios-sonda para estatal. As declarações dele corroboraram a versão de outro delator, o empresário Julio Camargo, que também apontou o pagamento de R$ 5 milhões a Cunha.

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A Receita se debruçou sobre os dados fiscais do parlamentar fluminense contidos no inquérito aberto pela PGR. O trabalho começou em agosto.

Os auditores pretendem ter acesso também aos dados das quatro contas secretas da Suíça que eram controladas pelo parlamentar e por sua mulher, Claudia Cruz, e que não foram declaradas à Receita.

Documentos enviados pelo Ministério Público daquele país aos procuradores da Lava Jato apontam que Cunha e sua mulher pagaram diversas despesas com os recursos vindos do instituições bancárias do exterior.

Os servidores do Fisco que cuidam do caso avaliam, porém, o melhor momento para pedir acesso às informações dos bancos suíços. Isso porque o advogado de Cunha entrou com o recurso para tentar barrar o compartilhamento desses dados e o envio do dinheiro bloqueado para o Brasil.

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A tendência é que se aguarde a decisão sobre o pleito da defesa para evitar que, futuramente, a investigação seja interrompida, caso o recurso seja acolhido.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o advogado do deputado Eduardo Cunha, Antonio Fernando, mas ele não retornou a ligação até o fechamento deste texto.